ONU retira pessoal não essencial do Haiti

Os gangues continuam a atacar regularmente os civis

A ONU começou esta quarta-feira a retirar o seu pessoal não essencial do Haiti, face à escalada de violência perpetrada pelos grupos armados, que controlam mais de 80% da capital do país.

A coordenadora humanitária da ONU no Haiti disse que os primeiros aviões já deixaram o país rumo ao Panamá. Entre as pessoas retiradas estão cerca de 20 conselheiros de segurança e dois altos funcionários da ONU.

“As nossas operações continuaram desde o início da escalada”, disse Ulrika Richardson, citada pela agência AFP.  A responsável salientou que tinha conseguido entregar milhares de alimentos e assistência médica à população local, apesar dos perigos crescentes.

Apesar do aumento significativo da violência, que já causou uma deslocação maciça da população da capital do país, as organizações da ONU têm insistido em permanecer no território.

A medida divulgada esta quarta-feira vai ao encontro do anúncio feito na semana passada pela ONU, que indicou que iria reduzir temporariamente a sua presença em Port-au-Prince devido à deterioração da situação de segurança. Em apenas uma semana, pelo menos 150 pessoas foram mortas.

A ONU afirma que cerca de 700.000 pessoas estão atualmente deslocadas no país, metade das quais são crianças.

Os gangues continuam a atacar regularmente os civis, apesar do destacamento de uma força internacional liderada pelo Quénia.

O Haiti está sem chefe de Estado desde que um grupo de homens armados invadiu a residência oficial presidencial e assassinou o presidente Jovenel Moise no início de julho de 2021.