Numa sala discreta do Museu Nacional da Etiópia, em Adis Abeba, um cofre que só é aberto em ocasiões especiais contém um conjunto de fragmentos de osso com 3,18 milhões de anos.
Os humildes despojos pertencem a Lucy, que, com apenas um metro de altura e 30 kg de peso, se tornou a mais famosa antepassada da espécie humana – homo.
A descoberta foi feita há precisamente 50 anos por um jovem paleoantropólogo americano do Museu de História Natural de Cleveland que se tinha juntado a uma expedição francesa.
Ao fim da manhã de 24 de novembro de 1974, Donald Johanson estava a regressar ao seu jipe Land Rover na companhia de um aluno quando viu um pedaço de osso numa ravina árida. Em seguida, identificou um pedaço de crânio, um fémur, parte de uma pélvis e vértebras. Acabaram por recuperar cerca de 40% do esqueleto desta Australopithecus afarensis, que batizaram de ‘Lucy’, inspirados na música ‘Lucy in the sky with diamonds’, dos Beatles. Entretanto o estatuto de Lucy mudou.
Hoje já não é considerada o mais antigo antepassado do homem, lugar que pertence ao Sahelanthropus tchadensis, com sete milhões de anos. Mas a popularidade mantém-se.