Sem hipótese de recorrer a estudos científicos, mas com uma sondagem credível (!), chego à conclusão de que boa parte dos portugueses que estão no espaço mediático têm problemas médicos sérios, embora não consiga descortinar a que especialidade mais precisam de recorrer. Muitos parece que entraram em looping e que estão permanentemente de pernas para o ar. Vem esta conversa a propósito das notícias que vejo em catadupa e que parecem todas ‘tiradas’ a papel químico. Mas deixemo-nos da lenga-lenga, e vamos ao que interessa. Há anos que médicos amigos me dizem que a quantidade de estrangeiros que aterram na Portela e seguem imediatamente para as urgências hospitalares não pára de aumentar. Depois de Ana Leal, no Now, ter explicado o negócio das grávidas estrangeiras, logo surgiram notícias ‘amigas’ da imigração descontrolada, anunciando que não se pode concluir que exista um abuso por parte dos ‘clientes’ estrangeiros.
A cegueira é terrível e só faz com que os países se inclinem na mesma direção. Os médicos que sempre me relataram as suas preocupações, até me explicavam que quando viajavam, em férias, optavam por escolher os países onde o ‘passaporte’ europeu da Saúde lhes permite ser atendido em caso de urgência nos hospitais públicos. Quando na Europa os países mais ricos tentam ‘gerir’ o seu dinheiro, não permitindo que as suas nações se transformem na Santa Casa da Misericórdia do mundo, em Portugal é quase proibido falar verdade.
O desfasamento entre o que alguns políticos e muitos jornalistas pensam e a população em geral é gritante. Quando o presidente socialista da Câmara de Loures se ‘esticou’, pois a ideia não fazia nenhum sentido, a de expulsar das casas sociais jovens condenados por atos de vandalismo, muitos esqueceram-se que Ricardo Leão já tinha conseguido impor alguma justiça social quando ameaçou retirar o Rendimento Social de Inserção a todos os que não pagavam luz ou água, bem como a renda de quatro ou nove euros. Dessa forma, todos ficaram em pé de igualdade e não se alimentou ‘guerras’ entre os cumpridores e os incumpridores.
Ricardo Leão, apesar de atacado por muitos, foi apoiado pelos seu colegas autarcas que conhecem a vida dos bairros e percebem as desigualdades que se criam com os privilégios de uns em contraponto com as obrigações dos outros. Agora foi a vez da autarca socialista de Alpiarça ser atacada por ter feito um regulamento que impede os alunos «de agregados familiares que exibam sinais exteriores de riqueza não consonantes com a declaração de rendimentos apresentada» de terem acesso aos apoios escolares. O que foi fazer Sónia Sanfona!! Não o disseram claramente, mas muitos camaradas acusaram-na de ser ‘Chegana’. Claro está que outros autarcas socialistas não se colocam ao lado de Ana Gomes ou Francisco Assis, pois sabem o que se passa no terreno, e que só se pode combater as injustiças com frontalidade. Quem não o faz abre as portas ao Chega.
A demagogia da esquerda só a leva ao abismo. Esta semana li um artigo de um personagem que dizia uma alarvidade com toda a naturalidade de quem bebe um copo de água fresca no verão. A referida criatura insinuava que os Bancos Alimentares são instrumento do Capital para servir os capitalistas. Está de regresso a narrativa dos sociólogos que passavam á porta de um bairro de lata e faziam um grande tratado sobre a pobreza. A criatura não sabe que só riqueza gera riqueza? E que quem não tem para comer agradece a ajuda dos outros, enquanto não consegue refazer a sua vida?
P. S. O mesmo se passa com os detratores da hipotética candidatura de Gouveia e Melo. Quanto mais o atacam por ser militar, mais votos ele ganha. Será que as pessoas perderam o bom senso?
Telegramas
Marques Mendes Jafumega
O comentador televisivo mais bem informado do país começa a mostrar a careca no que diz respeito às Presidenciais. No último programa da SIC, sem querer fazer comentários sobre os futuros candidatos, explicou que o próximo Presidente terá de ser alguém capaz de fazer pontes entre os partidos (esqueceu-se foi de levar um espelho…). Os Jafumega bem cantavam que a ‘ponte é uma passagem para a outra margem’…
Os desígnios africanos
Moçambique atravessa um dos períodos mais negros da história do país e a guerra civil está próxima de voltar. Venâncio Mondlane, o homem que terá, supostamente, derrotado a esclerosada Frelimo, que está há 50 anos no poder, já anunciou as suas fatwa: não pode haver festejos no Ano Novo, os cantores não podem cantar as suas músicas, a não ser que sejam loas à sua pessoa, os poetas não podem escrever os seus poemas, só faltando anunciar que aqueles que não o apoiam estão proibidos de respirar…