O ex-vice-primeiro-ministro considera que a União Europeia e o Mercosul estão mais perto de um acordo comercial. Segundo Paulo Portas, “acho que já estivemos mais longe de um acordo entre a União Europeia e o Mercosul. Talvez seja mesmo o momento que estamos mais perto”.
O antigo chefe da diplomacia portuguesa interveio numa conferência a propósito do lançamento do próximo número da revista “Democracia e Liberdade”, do Instituto Adelino Amaro da Costa.
Na intervenção, Paulo Portas destacou a importância de um acordo entre os dois blocos face à antecipação que é possível fazer da política externa da administração dos EUA, que a partir de 20 de janeiro do próximo ano será liderada por Donald Trump.
“Imaginemos que os Estados Unidos vão dar força a uma política sistémica protecionista. Eu acho que o modelo europeu é exatamente diferente”, afirmou, citado pela agência Lusa.
“É procurar fazer comércio com mais gente, trazer mais prosperidade porque compramos e vendemos, porque temos maior mercado para as nossas empresas e no final as nossas relações com o resto do mundo melhoram sem que as relações com os Estados Unidos sejam prejudicadas”, detalhou.
Todavia, Paulo Portas reconheceu que persistem dificuldades que podem impedir alcançar uma “conjunção de estrelas no céu”. Esta conjunção passa por conseguir que de um lado, Brasil e Argentina, e do outro, França e Irlanda, estejam disponíveis para um acordo de comércio.
“Porque ou falha de um lado, ou falha do outro. Agora está perto de não falhar. Vamos ver. Isso tem um significado para a América Latina”, reiterou.