Mais de 13.000 mil reservas de turismo foram canceladas na província de Gaza, sul de Moçambique. A razão é a violência da contestação aos resultados das eleições presidenciais de 9 de outubro.
“Do trabalho que o setor fez, concretamente no bairro de Chidenguele, assim como por via telefónica nas praias de Xai-xai e Bilene, constatámos que estamos com uma redução de 50% das nossas reservas”, revelou a Cultura e Turismo em Gaza.
Os cancelamentos fazem parte de um pacote de 25.708 reservas para as festividades do final do ano. O pagamento de salários a nível das estâncias turísticas pode ser afetado.
“A perda é maior, na medida em que os nossos operadores não terão como pagar os seus trabalhadores, não terão como pagar outras despesas como água e energia”, explica um responsável, citado pela agência Lusa.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane nega a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), que venceu as eleições de 9 de outubro com 70,67% dos votos.
Segundo os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas os resultados ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Desde 21 de outubro, Moçambique vive sucessivas paralisações e manifestações, convocadas por Mondlane, em que pelo menos 103 pessoas morreram. Venâncio Mondlane anunciou que as manifestações de protesto são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral.