Três em cada quatro jovens internados em centros educativos já consumiram drogas

Três quartos (76%) dos jovens apontaram o consumo de canábis pelo menos uma vez na vida.

Três em cada quatro jovens internados em centros educativos consumiram pelo menos uma vez na vida substâncias ilícitas. Um inquérito divulgado esta quarta-feira revela ainda que 21% jovens viveram com pessoas com problemas de droga, álcool ou jogo.

Um estudo do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD) conclui que “praticamente todos os jovens inquiridos já tomaram, pelo menos uma vez na vida, uma bebida alcoólica (85%), sendo esta prevalência superior no caso das raparigas”.  

O tipo de bebida mais mencionado pelos jovens neste plano consiste nas espirituosas (75%), seguido dos ‘alcopops’ (69%), da cerveja (53%) e do vinho (20%).

Segundo o inquérito, cerca de três quartos (76%) dos jovens já consumiram pelo menos uma vez uma substância ilícita na sua vida. Aqui, a prevalência é de 73% entre os rapazes e de 100% entre as raparigas.

A prevalência também aumenta com a idade: 58% entre os 13 e os 15 anos, 79% entre os 16 e os 17 anos e 94% entre os 18 e os 20 anos.

Quanto ao tipo de substâncias ilícitas, três quartos (76%) dos jovens apontaram o consumo de canábis pelo menos uma vez na vida, enquanto 40% apontaram o uso de ‘ecstasy’, 18% inalantes voláteis e 12% cogumelos alucinogénios.

“Comparando as declarações de consumo alguma vez na vida realizadas em 2015 e em 2023 verifica-se que, na maior parte dos casos, a experiência de consumo de bebidas alcoólicas em 2023 é inferior”, passando de 93% para 85%, salienta o ICAD.

O mesmo se passa com a prevalência de consumo de substâncias ilícitas ao longo da vida que baixou de 89% em 2015, para 76% em 2023.

De acordo com o relatório “Comportamentos Aditivos de Jovens Internados em Centros Educativos 2023”, do ICAD, em 2023, 21% dos jovens declararam que pelo menos uma das pessoas com quem viveram mais tempo na sua vida costumava consumir drogas. Já 17% revelou que esta costumava “embebedar-se” e 7% tem ou teve problemas com o jogo.