A época da passagem de ano é, para muitos, sinónimo de uns dias fora de casa. E se já na época de Natal o turismo e a hotelaria em Portugal tiveram motivos para sorrir, a última noite (e dias) do ano não trazem grandes mudanças e há zonas do país com taxas de ocupação muito altas.
A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) já tinha avisado que as expectativas eram moderadas, mas positivas e tinha dado números. Para estes últimos dias do ano, a AHP diz que, para o Alentejo os dados mostram que as reservas no Alentejo indicam 42%, enquanto a ocupação estimada é de 76%, com um Preço Médio por Quarto (ARR) de 283 euros. «É a região com o ARR mais elevado no país para o período de Réveillon e também a região que apresenta um salto maior entre as reservas atuais e a taxa de ocupação estimada», diz a AHP.
Já a Madeira apresenta as reservas nos 68% com ocupação estimada de 84% e um ARR atual de 243 euros.
Na Grande Lisboa, as reservas on the books apontam para 61%, com uma ocupação estimada de 78% e ARR de 249 euros. A norte, 39% são reservas, a taxa de ocupação estima-se de 61% e ARR de 229 euros. Já no Algarve, as reservas on the books situam-se em 46%, com ocupação estimada de 62% e ARR de 132 euros.
O que dizem os turismos
Ao nosso jornal, o presidente do Turismo do Algarve, André Gomes, defende que as perspetivas para a passagem de ano na região «são bastante positivas», acrescentando que os hotéis da região «antecipam uma taxa de ocupação superior a 80%, ligeiramente acima dos valores registados no ano passado, com um aumento previsto entre 5% e 6%». Uma procura que, explica, «concentra-se principalmente nas noites de 31 de dezembro e 1 de janeiro», relembrando que «a programação diversificada de eventos ao ar livre em várias localidades, como Albufeira, Quarteira, Monte Gordo, Faro e Portimão, é um dos fatores que impulsiona este otimismo, contribuindo para dinamizar a economia local e atrair tanto residentes como visitantes».
Sobre os principais mercados, André Gomes revela que o mercado doméstico «é predominante, devendo manter-se estável neste período, seguido por turistas britânicos, alemães e holandeses». No ano passado, por esta altura, recorda o responsável, «o Algarve registou um aumento significativo de reservas internacionais, e estes mercados continuam a ser decisivos para o turismo da região, também durante este período de festas».
Questionado sobre se este ano será melhor ou pior que os últimos, o presidente do Turismo do Algarve responde que «as expectativas apontam para um desempenho ligeiramente melhor do que nos últimos anos», recordando que a taxa de ocupação «projetada é superior à de 2023, e há sinais de recuperação no turismo internacional. No entanto, o setor enfrenta desafios, como a dependência de reservas de última hora e a redução do poder de compra, especialmente entre os turistas nacionais» e que «a confiança no setor mantém-se alta, refletindo a resiliência e capacidade de adaptação do destino Algarve».
E também o Alentejo tem motivos para celebrar estes últimos dias do ano. Ao Nascer do SOL, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo não tem dúvidas ao dizer que as perspetivas para a passagem de ano «são excelentes», acrescentando que, até agora, apontam «para uma ocupação estimada acima dos 80%». Nalgumas zonas do Alentejo, «como por exemplo Évora e Troia, a ocupação deverá rondar os 100%».
José Santos adianta ainda que o preço médio de reserva ultrapassa já os 280 euros, «o mais alto do país».
No que diz respeito aos principais mercados, o presidente do Turismo do Alentejo destaca «claramente o português» mas «nos últimos anos outros mercados têm ganho expressão, como são os casos de Espanha, Brasil e América do Norte».
E não tem dúvidas que esta será uma passagem de ano seja «melhor» que anos anteriores. «De um painel com quarenta hotéis que inquirimos, 65% considera que será melhor».
Preços e destinos
E entre os destinos mais procurados para a passagem de ano estão países como o México, República Dominicana, Brasil (Salvador, Maceio, Fortaleza, Cumbuco e Rio de Janeiro), Dubai, Miami e Nova Iorque, e por cá, Madeira e Açores. Esta é uma das principais conclusões de um estudo da DS Travel que revela também que, nestas viagens, cada passageiro adulto gasta, no mínimo, em média, entre 1.500 a dois mil euros por viagem.
Já segundo um inquérito da Escolha do Consumidor, a maior parte dos inquiridos pretende celebrar esta data na sua própria casa (34%), em casa de familiares (25%) ou em espaços públicos como festas de rua (18%). Já 13% opta por ir para casa de amigos e 8% prefere fazer a festa num hotel ou alojamento local.
Viajar para o estrangeiro é o plano de passagem de ano mencionado por 17% dos participantes, especialmente para locais dentro da Europa (81%). África (8%) e América do Sul (6%) são alguns dos destinos que os entrevistados menos escolhem durante este período. Por outro lado, 72% não planeia viajar para o estrangeiro e 11% indica ainda estar indeciso.
No que diz respeito aos gastos, a maioria dos consumidores (39%) está a programar-se para ser um pouco mais comedido na noite da passagem de ano e gastar, unicamente, entre 50 a 100 euros. Cerca de 25% prevê alocar um orçamento entre 100 a 250 euros e 21% admite gastar entre 250 a 500 euros.
Lisboa
Terreiro do Paço
Em Lisboa, como é habitual, a principal atração será no Terreiro do Paço. Além do espetáculo de fogos de artifício sobre o rio Tejo, a celebração começa às 21h30 com a atuação de José Cid, seguida da contagem decrescente e do show pirotécnico. E termina com um espetáculo do cantor Mickael Carreira, que tem início marcado para a 0h10.
Porto
Avenida dos Aliados
No Porto, a Avenida dos Aliados recebe, a partir das 22h, um concerto de Nuno Ribeiro. À meia-noite está preparado um espetáculo de fogo de artifício a partir dos Paços do Concelho, com uma vertente multimédia e musical. Depois sobe ao palco Rui Veloso com participação especial do grupo Canto Nono. E, por último, DJ set de Carolina Torres. No Palácio de Cristal decorre um evento paralelo: a partir das 22h atua o rapper Julinho KSD. E depois da meia noite, Branko, produtor e ex-integrante dos Buraka Som Sistema, apresenta uma seleção de sons globais. Por último há DJ set de Sónia Trópicos.
Algarve
Vários locais
A principal atração, como é costume, é em Albufeira. A festa começa logo no dia 30, na Praia dos Pescadores, a partir das 22h com um concerto de Dino D’Santiago. A noite conta ainda com a DJ Ana Isabel Arroja. No último dia do ano de 2024, haverá concerto de Xutos e Pontapés, às 22h . Depois há espetáculo piromusical. Além de Albufeira, outras localidades algarvias também preparam vários eventos, como as festas em Portimão, Quarteira (Loulé), Monte Gordo (Vila Real de Santo António), Lagos, Tavira, Faro e Olhão. Entre os destaques adicionais estão as celebrações na Fuseta (Olhão), Monchique (com um espetáculo de novo circo), Armação de Pera (Silves), Praia do Carvoeiro (Lagoa) e no Centro de Congressos do Algarve, na Marina de Vilamoura.
Coimbra
Terreiro Santa
Clara-a-Velha
O ano novo em Coimbra começa mais cedo. No dia 28 já há concertos mas o destaque vai para o dia 29 com um concerto do DJ Kura, na Praça do Comércio. No dia seguinte, 30, atua, no Terreiro Santa Clara-a-Velha, Richie Campbell, Deejay Kamala e Pedro Carrilho. A 31, a Praça do Comércio pertence a Pete tha Zouk, Meninos da Vadiagem e Nuno Botelho. Já o Terreiro Santa Clara-a-Velha será palco para Matias Damásio, Átoa, Fábior, Rui Tomé e Luís Pinheiro. Na mesma noite, a Praça 8 de Maio recebe Revival Music.
Viseu
Campo de Viriato
Em Viseu, a despedida a 2024 acontece no Campo de Viriato. O rapper português Plutonio ocupará o palco principal, a partir das 22h30. O novo ano chegará com fogo-de-artifício e, depois a festa continua ao som do DJ The Boss.
Madeira
Funchal
O fogo de artificio da baía do Funchal na noite de Passagem de Ano é o grande destaque das festividades na ilha da Madeira. Na última noite do ano 2024, é só esperar pelo espetáculo piromusical que promete deixar todos de queixo caído. São oito minutos de espetáculo que se juntam também a vários momentos musicais para que não sobrem ‘tempos livres’ a quem escolhe a Madeira para virar o ano.