O culpado disto tudo…

Mais do que transformar, Jesus Cristo revolucionou. Criou um momento sem retorno na história da Humanidade.

Estas palavras são escritas em tempo de Natal. Um acontecimento único. Tão especial que apenas se pode comparar na sua singularidade. Por estes dias representa-se o grande mistério da vida, o nascimento. Cada um de nós é levado para o começo, para a esperança e para o novo. Se o Natal é das crianças? Talvez, naquele que se apresenta na ideia do consumismo e que enche os centros comerciais. O Natal é de todos nós que devemos de aproveitar estes dias para refletir no que é o nascimento, a reconciliação e a novidade. É nesta época que se concentra o momento da reconciliação e da harmonia. Que os restantes dias do ano não sejam justificação para atos de orgulho barato. Que a reflexão que estes dias merecem não se anulem na preguiça e conforto do que é mais fácil.

O grande culpado disto tudo chama-se Jesus Cristo, também conhecido por Jesus da Nazaré. Conheci-o há uns anos. Alguém nos apresentou e avisou-me que ele não está aqui para lhe apertares a mão, mas há quem diga e pense que ele está em todo o lado.

É sobre Ele que partilho algumas ideias…

As hipóteses creditadas pela fé ficam à consideração de cada um na harmonia com as convicções religiosas. A ousadia deste texto é querer refletir sobre Jesus Cristo enquanto líder e enquanto Homem. É a figura mais impactante da humanidade. Nele deposita-se a esperança da vida e do recomeço. Tudo o que é vida representa-se na passagem de Jesus Cristo pela terra, até os animais não estão inocentes e representam-se no testemunho do nascimento desta criança. A finitude é nos apresentada como a esperança de um novo amanhã. Olhar a vida através de Jesus Cristo é pensar na inocência das crianças e na inteligência dos homens. É interpretar a justiça no bem fazer.  Mais do que transformar, Jesus Cristo revolucionou. Criou um momento sem retorno na história da Humanidade. Nas suas dúvidas percebemos que a rebeldia não se transforma em ódio ou guerra. A rebeldia pode ser paz e pureza. Até o tempo se alterou num antes e depois, que já leva, mais ou menos, dois mil e vinte e quatro anos. O seu nascimento, que se comemora por estes dias, é um dos acontecimentos mais enigmáticos da história da humanidade. Nesse momento revelam-se dois polos: o da lenda, criada na imaginação de quem tinha poder para criar narrativas por essa altura ou acontecimento real que, por ser único e extraordinário, se chama de Milagre. É desta dualidade que se interpreta e consubstancia a importância desta figura.

Sem Youtube, Tik-Tok ou Facebook, mas com a sua palavra, atos e silêncios, Jesus Cristo foi o maior influencer que até hoje existiu. Hoje, seriam muitas as marcas que queriam estar ao lado desta figura e acompanhá-lo na sua missão. Até as águas do Jordão seriam cobiçadas por uma qualquer marca de água de nascente. E nenhuma marca de telemóveis iria perder a oportunidade de marcar presença no momento em que Jesus se afasta dos seus discípulos, naquela que foi a última ceia. E até o Monte das Oliveiras teria uma marca de azeites a propor um contrato de naming. Para os cristãos, que têm como figura central do cristianismo Jesus, Deus foi o maior patrocinador desta figura.

Com a religiosidade à parte, Jesus Cristo foi um Homem-Político. Como todos os outros, sofreu, chorou, riu e frustrou. Foi injustiçado, maltratado e humilhado. Foi um Homem que foi elogiado, aplaudido e idolatrado. Mas sendo apenas um Homem, jamais poderá ser visto como Homem. Jamais teríamos a capacidade de pensar com tanta bondade e beleza.

O Natal é sempre um recomeço, um nascimento, e por isso deve ser pensado todos os dias… é por isso que o Natal é todos os dias, não é por causa dos horários dos centros comerciais. Para todos os dias, Um Bom Natal.

Professor Universitário
Diretor da licenciatura em Ciências da Comunicação – Escola de Comunicação, Arquitetura, Artes e Tecnologias da Informação da Universidade Lusófona -Centro Universitário de Lisboa