As declarações do Presidente Macron de que os líderes africanos se tinham «esquecido de agradecer» pela intervenção francesa na luta contra o terrorismo no Sahel tiveram resposta dura e imediata.
Mahamat Déby Itno, presidente do Chade, afirmou: «Gostaria de expressar a minha indignação pelos comentários feitos recentemente pelo Presidente Macron, que roçam o desprezo para com África e os africanos. Acho que ele está na era errada». O Chefe de Estado apelou ao homólogo francês que respeite os africanos e reconheça o valor do seu sacrifício para defender a França durante as duas guerras mundiais, e pelo qual nenhum agradecimento digno desse nome foi expresso até hoje. Mahamat Déby Itno deixou ainda claro que «a construção do nosso exército não é obra da França, pois nunca equipou significativamente o exército, nem contribuiu para o seu desenvolvimento estrutural».
As autoridades do Senegal mostraram-se igualmente indignadas. O primeiro-ministro, Ousmane Sonko, afirmou que as declarações do Presidente francês são erradas.
«A França não tem capacidade nem legitimidade para garantir a segurança e a soberania de África. Pelo contrário, contribuiu frequentemente para desestabilizar certos países africanos, como a Líbia», disse. E acrescentou: «Se os soldados africanos, por vezes mobilizados pela força, não tivessem sido destacados durante a Segunda Guerra Mundial para defender a França, talvez ainda hoje fossem alemães».