Insanidade e o futuro

Portugal precisa de uma estratégia simples, clara e sem tabus ou limites partidários, criando um clima de confiança e credibilidade endógena nas instituições e nos seus líderes

Entramos no ano de 2025 num mundo cada vez mais diferente que o mundo
que recebemos.

A hiperglobalização o e o comércio livre do princípio do século e do pós
segunda guerra; e a força inexplicada dos mercados financeiros e da banca
na sociedade criado nos anos 80, criaram uma sociedade cada vez mais
desigual, triste e revoltada.

Face a este estado actual e a opções deliberadamente tomadas , a política
voltou a sobrepor-se a economia, ao jeito dos idos do Consenso de
Washington.

Contudo, agora e em especial em Portugal, a classe política vigente e fraca. A
maioria sempre viveu do “lambecubismo”, “clubismo”, pouco ou nada fez
profissionalmente e tem pouco mundo.

Conscientes desta realidade, novos partidos aparecem, ideologias
conservadoras, proteccionistas e patrióticas rejuvenescem e o spectrum
politico nacional ganha uma vivacidade que depõe verdades e realidades
dadas como garantidas.

Entramos em 2025 num Mundo com várias lideranças globais, em guerra,
economicamente periclitante e uma fragilização absoluta das instituição
arcaicas criadas na visa o de Roosevelt do pós segunda guerra mas também
do próprio sonho de Churchill dos “estados unidos da Europa”,
consubstanciados numa grossa e penosa teia burocrática e corrupta
incompreensível (como dizia Boris Ieltsin “belos títulos e belas estruturas
sem nada por detrás”).

Neste contexto geopolítico Portugal deve procurar encontrar o seu papel,
ciente do “poder do pequeno estado” que Prof. Políbio Valente sempre
ensinou.

Portugal precisa de uma estratégia simples, clara e sem tabus ou limites
partidários, criando um clima de confiança e credibilidade endógena nas
instituições e nos seus líderes assente, a meu ver, em 8 pilares imediatos:

  1. redução imediata do peso do Estado, quer em pessoas como do peso da
    dívida;
  2. fomentar o trabalho, ao invés da subsídio dependência, com uma
    remuneração digna e justa e fiscalmente eficiente;
  3. desburocratizar fiscal e temporalmente todos e quaisquer processos no
    âmbito do investimento interno e externo;
  4. privilegiar o capital ao invés  da dívida (que na sua aparência “bondade”,
    gera enormes vulnerabilidades e crucifica as famílias e as empresas);
  5. bloquear a alienação o de solo Nacional (finito) a estrangeiros, apostando
    nas concessões a médio-longo prazo (como acontece no reino unido, por
    exemplo);
  6. criar um sistema fiscal simples, curto e imediato (que seja produtivo e
    construtivo ao invés  de repressivo e abusivo – basta lembrar a vergonha da
    ainda existência do pagamento por conta quando se anunciam superavits);
  7. apostar de forma clara como bandeira nacional na ratificação da extensa o
    da plataforma continental que, com enorme certeza, poderá ser o novo
    motor económico Nacional, refutando sempre a ideia do “mar europeu” que o nosso compatriota Durão Barroso quis fomentar;
  8. apostar numa política internacional de Língua – a língua portuguesa –
    focada não só nos países irmãos com quem comungamos este recurso natural imaterial conjunto mas também toda a diáspora lusófona.

Só com foco, assertividade e credibilidade poderemos voltar a ousar a ser
um Estado livre e, por isso, neutro em face dos conflitos armados que
vivemos e viveremos no futuro.

O conjunto de pequenas decisões podem gerar grandes consequências e o
Mundo e muito mais amador do que muitos imaginam.

11.01.25