O único ato eleitoral previsto para este ano, para além das eleições regionais na Madeira, são as eleições autárquicas. Por essa mesma razão, é estranho que só se fale nas eleições presidenciais que se vão realizar em 2026.
Seja na comunicação social, seja nos comentários políticos, o tema político dominante tem sido as eleições presidenciais e os putativos candidatos a candidatos à Presidência da República. Num ano em que decorrem eleições autárquicas, parece ninguém querer falar delas, talvez com o intuito de as desvalorizar e assim se libertarem das responsabilidades inerentes aos resultados dessas eleições.
Isto é um jogo político desonesto, as eleições autárquicas revestem-se de grande importância para os portugueses, são os protagonistas do poder local que vão ser escolhidos e são eles que estão mais próximos das pessoas, praticando uma política de proximidade que agora assume especial importância após as delegações de competências feitas pelo poder central às autarquias.
Para além das funções habituais já conhecidas das autarquias, agora também passaram a desempenhar um papel extremamente importante noutras áreas, como são exemplo a Saúde ou a Educação. Tentar desvalorizar a importância das eleições autárquicas, é, acima de tudo, um desrespeito pelos Portugueses e pelos autarcas do nosso país.
A política portuguesa não se pode continuar a resumir aos gabinetes e poltronas de Lisboa, há outros gabinetes espalhados por todo o país, com menos condições e cadeiras simples e menos confortáveis, em que muitos autarcas se sentam para gerir municípios e freguesias cada vez com mais responsabilidades, enfrentando a burocracia imposta pelo poder central, a incapacidade do governo em resolver os problemas do território que gerem, recebendo e dando a cara às pessoas com o intuito de resolver os seus problemas do dia a dia.
Esta é a tarefa árdua dos autarcas que trabalham em prol da sua comunidade, e que, inúmeras vezes, sacrificam a sua vida pessoal e até financeira para servir a causa pública. Sei que infelizmente são poucos os autarcas com o perfil que referi anteriormente, mas mesmo sendo poucos, merecem o nosso maior respeito. Por outro lado, se queremos melhores autarcas e ‘varrer’ com muitos parasitas que se encostam às funções de autarcas, porque não sabem fazer mais nada na vida, temos que valorizar mais os autarcas sérios e competentes, as funções que desempenham e papel que devem ter na vida das populações.
Bem sei que em 2025 não interessa a alguns líderes partidários retirarem consequências dos resultados eleitorais das eleições autárquicas, é um risco elevado que não querem correr, fugindo cobardemente às suas responsabilidades político-partidárias, só que os resultados destas eleições não podem servir apenas quando é conveniente, para o bem e para o mal, são sempre da responsabilidade dos candidatos e dos líderes partidários.
Esta é a hora de colocar na agenda política o tema das autárquicas e iniciar-se o debate acerca das candidaturas e dos projetos que serão apresentados pelos partidos políticos e movimentos independentes, venha de lá essa discussão que é do interesse de todos e deixemos os fait-divers que apenas servem para desviar a atenção do que realmente nos interessa.
2025 é ano de eleições…. Autárquicas!!!
2025 é ano de eleições… Autárquicas!
Esta é a hora de colocar na agenda política o tema das autárquicas e iniciar-se o debate acerca das candidaturas e dos projetos…