Da iconografia da Ásia aos 900 anos de Portugal em quatro cursos

O Centro Nacional de Cultura acaba de abrir inscrições para quatro cursos livres que são quatro viagens pela história e cultura do país, orientadas por figuras como Guilherme d’Oliveira Martins e João Paulo Oliveira e Costa.

O Centro Nacional de Cultura (CNC) – com sede no n.º 68 da António Maria Cardoso, a mesma rua onde antes do 25 de Abril ficava a sede da PIDE – acaba de abrir inscrições para quatro cursos livres, que decorrerão no primeiro trimestre do novo ano e maioritariamente online. A coordenação está a cargo de figuras como Guilherme d’Oliveira Martins, administrador executivo da Fundação Gulbenkian e antigo diretor do CNC, e o historiador João Paulo Oliveira e Costa, especialista no período da Expansão.

Já a 24 de janeiro inicia-se o primeiro curso, em sete sessões, sob o título ‘Iconografia da Ásia: Arte e Cultura Visual Popular’, com orientação de João Pedro Oliveira, professor de Estudos Asiáticos na Universidade Católica.

«Hoje em dia, é habitual encontrarmos símbolos islâmicos como arabescos, deuses hindus com muitos braços, o yin e yang da China, as divindades iradas do Tibete, ou jardins de pedra japoneses. Como o comércio, o colonialismo e a globalização aceleram processos de transmissão cultural, sabemos o que estes símbolos significam para nós, mas saberemos qual a sua origem histórico-cultural e os seus diferentes significados ao longo do tempo nos contextos culturais em que surgiram?», lê-se no programa de apresentação.

Memória e surpresas

A 5 de fevereiro é dado o tiro de partida para o curso ‘Conhecer a Europa e Portugal em busca das raízes culturais’. Nele, Guilherme d’Oliveira Martins promete «revelar algumas surpresas sobre referências históricas, mitos, lugares e acontecimentos, origens e raízes». E acrescenta:_«Trata-se de peregrinar ao encontro da memória, ilustrando a aventura de nos irmos ao encontro do que é digno de interesse e atenção».

O_silêncio na pintura

Por que são algumas pinturas tensas e agitadas e outras serenas e relaxantes? Como conseguem alguns artistas transmitir às suas imagens uma qualidade de silêncio e paz interior? Dia 6 de fevereiro, uma quinta-feira, tem lugar a primeira de sete sessões sobre ‘A pintura do silêncio’. Este curso híbrido (presencial e online) é orientado por Maria de Lourdes Riobom, antiga coordenadora do serviço educativo do Museu de Arte Antiga. As obras de pintores de períodos e geografias muito diversos – Piero della Francesca, Vermeer, Georges de La Tour, Chardin, Hammershøi, Edward Hopper, Mark Rothko – servirão de matéria para fazer uma reflexão sobre «o tempo suspenso, o silêncio do tempo da reflexão, o tempo interior de cada um de nós».

Municipalismo e nacionalidade

 No «nono centenário da cerimónia em que D. Afonso Henriques se armou cavaleiro a si próprio», o CNC_associa-se ao início das celebrações dos 900 anos de Portugal com o curso ‘Portugal 900 Anos – o Território e o Municipalismo’, coordenado por João Paulo Oliveira e Costa, catedrático de História da NOVA/FCSH e autor de Portugal na História – Uma Identidade (2022).

O_alinhamento das cinco sessões semanais, sempre à terça-feira – entre 18 de fevereiro e 25 de março –, oferece uma antevisão dos conteúdos em discussão: ‘A conjuntura política de 1125’; ‘Os 900 anos do foral de Ponte de Lima e o papel do municipalismo na História de Portugal’; ‘Os 700 anos da morte de D. Dinis e a definição do território continental’; ‘Os 650 anos da promulgação da Lei das Sesmarias’; ‘Os 600 anos do povoamento da Madeira e a definição de um país com dimensão insular’.

Os cursos do CNC são livres mas não são gratuitos. Os preços variam entre 150 (cursos de cinco sessões) e 210 euros (cursos de sete sessões) para não sócios (para sócios 125 e 175, respetivamente).

As sessões estarão disponíveis para os participantes no canal de YouTube do CNC_durante 15 dias.