A Europa tem de mudar!

Caso a Europa se mantenha como está, o fosso que a separa da América atingirá a breve trecho proporções hoje inimagináveis.

Contra as íntimas expectativas do centrão radical de Bruxelas e da main stream media por ele controlada, Trump fez exatamente aquilo que disse que ia fazer quer durante a campanha, quer ao longo do seu discurso na tomada de posse. Entre o prometer, o reafirmar do que havia prometido e o início da execução da promessa não houve o mais pequeno desvio ou hiato temporal. Palavra dada foi palavra honrada. No mesmo dia da tomada de posse, com 200 ordens executivas, assinou as sentenças de morte da teologia woke, do xamanismo climático, da censura prévia, da verborreia pseudo-humanista, da ditadura da OMS e começou a desapertar o colete de forças da burocracia federal e a restaurar a Lei e a Ordem.

Habituados a fazer campanha eleitoral à Direita para depois governar à Esquerda, os partidos do centrão europeu e os jornalistas que os protegem nem querem acreditar no que estão a ver. E não querem acreditar por uma razão simples e comezinha: esta eficácia de Trump representa, ela também, uma sentença de morte para esses já muito desacreditados partidos e jornalistas. É o dobrar dos sinos pela bolha assética, incolor e inodora a partir da qual os oligarcas repartem, entre si, o que produzem os que, lá fora, labutam ao vento e à chuva para que nada falte dentro da redoma. Ao longo de décadas foi a casta, pela sua incapacidade, falta de visão, voracidade e dolorosa mediocridade arruinando os seus países primeiro a partir das suas capitais e, mais tarde, todos unidos a partir do quartel-general de Bruxelas. Particularmente as duas últimas décadas foram fatais. Duas décadas perdidas. Uma grotesca sobre-regulação, uma burocracia devoradora de qualquer iniciativa, uma total ausência de capacidade de inovação transformaram a Europa num museu a céu aberto. Uma indústria arruinada por uma energia três vezes mais cara do que nos Estados Unidos, graças ao green deal e a outras imbecilidades cem ele aparentadas explanadas na agenda 2030 da ONU servilmente adaptada pela Comissão Europeia.

Ausente no campeonato das novas tecnologias, particularmente da IA; regulação a mais e investimento a menos; impostos altos com retribuição quase nula para os contribuintes; uma sociedade fragmentada pelo excesso de imigração; governos de partidos centristas resultantes de alianças improváveis que gastam o essencial do seu tempo e todo o seu esforço a impedir os cada vez mais fortes partidos de direita de governar, tudo resultou num fosso profundo entre a Europa e os Estados Unidos. Mas, tendo em conta os objetivos anunciados e os primeiros passos dados pela nova Administração americana, esse fosso vai, caso a Europa se mantenha como está, atingir e a breve trecho, proporções hoje inimagináveis.

A solução exige uma radical mudança de percurso. O desmantelamento da Comissão Europeia com o regresso à Europa das quatro liberdades fundadoras e devolução do essencial do seu poder às nações; o fim das linhas vermelhas aos partidos de Direita; a Agenda 2030 e a teologia woke diretamente para o cesto do lixo; impostos baixos e a regulação estritamente indispensável; fim da censura e da intromissão do poder judicial no Legislativo e no Executivo; Estados mínimos com máximos de iniciativa privada. Entre várias outras coisas. A Europa já superou muitas e variadas crises. Com mais ou menos custos, superará esta também.

Vice-presidente da Assembleia da República