Sócrates responde a críticas de que prometeu “tudo a toda a gente”

Sócrates termina o artigo a refutar o que diz ser o “embuste histórico” sobre o resgate financeiro a que o país foi sujeito em 2011

O antigo primeiro-ministro José Sócrates respondeu esta segunda-feira às críticas de que tem sido alvo sobre ter prometido “tudo a toda a gente”. Num artigo de opinião publicado na página da CNN Portugal, elenca as medidas concretizadas pelos seus governos.

Num texto intitulado “A propósito de promessas eleitorais”, o antigo chefe de Governo responde, sem nunca nomear, ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que no sábado acusou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, de, no seu programa eleitoral, “prometer tudo a toda a gente”, à semelhança de José Sócrates.

“Em 2005 prometi fazer das energias renováveis uma prioridade e aí começou uma revolução que ainda hoje perdura. Nesse ano apresentei ao país o plano tecnológico e no final da legislatura o país já tinha uma balança tecnológica com saldo positivo”, escreve Sócrates.

O artigo prossegue com uma lista extensa de outras ações dos seus executivos, como o encerramento das escolas com menos de dez alunos, a “escola a tempo inteiro”, o programa Magalhães, as Novas Oportunidades, as obras da Parque Escolar, o Simplex, o complemento solidário para idosos, a adjudicação do TGV, a avaliação estratégica e ambiental do novo aeroporto ou a reforma da segurança social.

“Nos dois primeiros anos (2005 a 2007) o governo tirou o país da situação de défice excessivo e nesse mesmo período alcançamos o maior crescimento económico verificado nesses anos difíceis (2007)”, refere, acrescentando que nas eleições de 2009 prometeu uma nova lei de casamento entre pessoas do mesmo sexo, “que viria a ser cumprida na legislatura seguinte”.

Sócrates termina o artigo a refutar o que diz ser o “embuste histórico” sobre o resgate financeiro a que o país foi sujeito em 2011. “Portugal viu-se forçado a pedir ajuda externa não por causa de nenhuma política despesista do governo, mas por causa da crise política provocada pelo chumbo parlamentar do PEC IV”, escreve.