Um juiz norte-americano ordenou à Casa Branca que restabeleça o pleno acesso da agência Associated Press (AP) aos eventos do Presidente dos EUA. A decisão seque-se à restrição imposta por Donald Trump, na sequência de a agência de notícias ter escrito “Golfo do México” em vez de “Golfo da América”, como decretado.
Desde 11 de fevereiro que os jornalistas e fotógrafos da AP estão proibidos de aceder à Sala Oval e de viajar no Air Force One.
Um juiz distrital declarou que “o não acesso à AP com base em pontos de vista” viola a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que garante a liberdade de expressão e de imprensa. “Se o governo abre as portas a alguns jornalistas — seja a Sala Oval, a Sala Leste ou outros espaços —, não pode então fechá-las a outros jornalistas por causa dos seus pontos de vista”, afirmou Trevor MacFadden.
O juiz ordenou à Casa Branca que “rescindisse imediatamente o não acesso da AP à Sala Oval, ao Air Force One e a outros espaços restritos (…) quando esses espaços forem abertos a outros membros do grupo de imprensa da Casa Branca”.
O livro de estilo da agência afirma que o Golfo do México é chamado assim há “mais de 400 anos” e a AP afirma que “continuará a referir-se [ao Golfo] pelo nome original ao mesmo tempo que reconhece o novo nome escolhido por Trump”, acrescenta a agência de notícias.
Numa nota editorial, a AP explicou que o decreto que muda o nome do Golfo tem autoridade apenas nos EUA , já que México, outros países e organismos internacionais não o reconheceram.
Fundada em 1846 por jornais nova-iorquinos, a AP disponibiliza artigos, fotos e vídeos a inúmeros meios de comunicação social, tanto norte-americanos como estrangeiros.