O registo perfeito de Rúben Amorim. O intervalo de João Pereira. E a chegada de Rui Borges.
Com o Manchester United afundado na Liga inglesa e a Liga Europa a apresentar-se como a tábua de salvação, Amorim continua a marcar a época pelo serviço feito em Portugal, no comando técnico dos leões – onde deixou um saldo sublime de 11 vitórias nos 11 primeiros jogos do campeonato. A proposta irrecusável dos red devils tirou Amorim de Alvalade e, em novembro do último ano, abriu espaço ao sonho de João Pereira.
Simultaneamente, esta mudança desenterrou a esperança do Benfica, que aproveitou a curta estadia do então novo treinador para recuperar a desvantagem de cinco pontos para o rival, e até a liderança.
O leão cambaleava, deixando apenas os adeptos benfiquistas com o desejo de que Frederico Varandas continuasse a renovar o voto de confiança no sucessor de Amorim.
Mas essa ilusão durou pouco tempo.
O ano de 2024 ainda não tinha chegado ao fim quando Rui Borges permitiu um brinde antecipado aos leões.
O perfil do treinador tornava-se quase irrelevante num momento em que a sua apresentação já tinha data e hora marcada: a receção ao Benfica, no dia 29 de dezembro, a contar para a jornada 16 da Liga.
Sem margem para segundas impressões, a vitória no dérbi pela diferença mínima foi decisiva. E continua a ser preponderante, mais de quatro meses e meio depois da sua estreia no clube verde-e-branco.
As camisolas, os cachecóis e as faixas de campeão do Sporting preparam-se para preencher o Marquês, apesar de o Benfica querer acreditar que a possibilidade que lhe resta para chegar ao título seja suficiente para manter aberta a gaveta dos acessórios encomendados para a mesma ocasião.
Depois do empate na Luz ter adiado os festejos do campeão, na deslocação do Benfica a Braga serve pelo menos a ironia de que até na Pedreira o principal foco estará no primeiro nome do clube da casa.
Já em Lisboa, Rui Borges conta as horas para um desfecho ambicionado e, com ele, a vontade de manter uma narrativa aberta na sua ligação com o Sporting.
O ponto final deste primeiro capítulo será colocado frente ao Vitória de Guimarães, a equipa que orientou antes de alterar a sua morada para Alvalade.
Aos 43 anos, Rui Borges tem uma única missão: garantir que trocou o berço de Portugal pelo berço do Campeão.