O dia 17 de maio ficará na memória de muitos pela conquista do Bicampeonato do Sporting Clube de Portugal, 71 anos depois. Foi um momento memorável para todos os Sportinguistas que aguardavam ansiosamente por este desfecho merecido.
Mas a vitória deste campeonato teve um sabor ainda mais especial, numa época em que o Sporting teve três treinadores. Depois da saída de Rúben Amorim, muitos diziam que o Sporting com a perda do seu timoneiro não teria qualquer hipótese de manter a performance a que estávamos habituados, veio o João Pereira que não foi feliz nos resultados alcançados e nas lesões dos jogadores que começaram a surgir e então aí é que se julgava que o Sporting esta época estaria arrumado. Chegou o Rui Borges que veio do Vitória de Guimarães, um treinador desconhecido de grande parte das pessoas, um homem humilde e trabalhador que não esconde o seu orgulho por ser de Mirandela.
As lesões de jogadores começaram a ser uma “praga” que assombrou o clube, jogadores como Nuno Santos, Daniel Bragança e Kovacevic que após lesão não voltaram a jogar esta época, assim como Pedro Gonçalves que só recuperou no fim da temporada, eram peças essenciais no xadrez da equipa. Como se não fosse suficiente esta maré de lesões, ainda surgiram outras em jogadores importantes como Morita, Viktor Gyokeres, St. Juste, Quaresma, Marcus Edwards, Matheus Reis, Gonçalo Inácio, Diomande, Franco Israel, Hjulmand, João Simões, Geny Catamo ou Debast.
Mas não ficou por aqui, ainda contrataram um guarda-redes a meio do campeonato, Rui Silva, que muito rapidamente conseguiu transmitir a confiança necessária aos seus colegas de equipa e acabou por ser também preponderante nos êxitos obtidos.
A verdade é que não é comum uma equipa passar por tantas adversidades numa só época e, apesar de tudo, conseguir alcançar o título. Tudo isto só foi possível graças ao empenho de todos, jogadores, equipa técnica, staff, direção e adeptos!
Quem assistiu aos jogos, sentiu o ambiente vivido quando se cantava “O mundo sabe que”, a marcha do Sporting, da saudosa Maria José Valério, ou gritava bem alto o nome do Sporting, foram sempre momentos de grande emoção em que se respirou amor ao clube e um sentimento de grande união entre adeptos, jogadores e direcção. Todos em uníssono desejaram ver o Sporting Campeão e “nunca atiraram a toalha ao chão” nos momentos mais adversos, pelo contrário, continuaram a acreditar que apesar de difícil, era possível e foi esse espírito vencedor e essa convicção que ajudou a concretizar este feito.
A conquista do Bicampeonato pelo Sporting, também serve de exemplo para todos nós, seja na prática desportiva ou noutras circunstâncias das nossas vidas, a crença, a persistência, o trabalho, o empenho e a união de vontades, podem levar-nos mais facilmente a alcançar os nossos sonhos, assim como, nunca devemos desistir deles!
Esta foi uma batalha superada com imenso Esforço, muita Dedicação, enorme Devoção, até à grande Glória!
