
Querida avó,
O Papa Francisco foi o primeiro Papa da América Latina. Foram buscá-lo “ao fim do mundo”, como costumava dizer. Esteve no Vaticano durante 12 anos, onde fez tudo o que esteve ao seu alcance para dar voz a muitos calados e silenciados, espalhados pelos diversos continentes. Como a nossa amiga Fátima Campos Ferreira referiu, inúmeras vezes, “O Papa Francisco marcou, sempre, pela diferença”.
Depois de termos estado horas a olhar para a chaminé, e para a gaivota, finalmente, vimos fumo branco.
Algum tempo depois, “Habemus Papam” (”Temos um Papa”), foi anunciado ao mundo que um novo pontífice foi eleito e que o escolhido aceitou a eleição. O anúncio, como sempre, é feito da varanda central da Basílica de São Pedro, onde tive o privilégio de ver, há uns anos, o Papa Francisco. Após o anúncio, o novo Papa é apresentado ao povo e ele dá a sua primeira bênção “Urbi et Orbi”.
O Papa Leão XIV é o primeiro Papa da América do Norte.
Recentemente, na esplanada, ouvi uma conversa muito animada sobre o tema. Diziam que tinha sido “influencia americana”. Uns tinham esperança que viesse a seguir o trabalho desenvolvido pelo Papa Francisco: “Foi um humanista, sempre preocupado com os mais fracos”; “Agradou sempre aos não crentes e aos seguidores de outras religiões”. Já outros, (muito) católicos diziam ter esperança de que o Papa Leão XIV fosse “muito mais conservador”.
É como a democracia, há para todos os gostos!
Um ainda referiu: “Foi o uma pena não ter sido eleito o primeiro Papa português”.
Bem sei que o Papa João XXI foi eleito em 1276. Entretanto, já passaram 749 anos. Mas, ainda assim…
Creio que a ignorância, o desconhecimento, a distração… são pequenos pecados que podem ser perdoados.
Não te parece?
Bjs
Querido neto,
A eleição de um novo Papa é um momento de viragem histórica para a Igreja Católica — e a escolha do seu nome é um dos primeiros sinais que antecipa o rumo que o novo pontificado poderá seguir. Esta tradição secular, profundamente enraizada na história do Vaticano, está carregada de simbolismo e significado, sendo cada nome escolhido analisado em detalhe por fiéis, historiadores e teólogos.
É um momento muito importante para todos os católicos do mundo. O Papa é como o pastor que guia o rebanho — e esse rebanho somos nós, os fiéis. O Papa ajuda a manter a Igreja unida, dá-nos palavras de esperança, e ensina-nos a viver com amor, respeito e fé.
Obviamente que os Católicos, e não católicos, identificam-se mais com uns do que com outros. Como tudo na vida.
A religião católica é muito mais do que ir à missa aos domingos. É uma forma de vivermos com valores: ajudar os outros, sermos honestos, perdoar e confiar que há um bem maior a guiar-nos. E sabes? Para mim, a fé é como uma luz que nunca se apaga, mesmo nos dias mais escuros.
Não se explica, sente-se.
Agora, temos um Papa americano. Ainda vamos ouvir o Trump pedir-lhe que o faça diácono! E quem sabe se um dia o Trump não quererá mesmo ser Papa! Já nada me espanta, a não ser a ignorância. Aliás, para falar a verdade, já nem isso me espanta!
Creio que já te contei o que ouvi, numa manhã, quando o Papa Francisco esteve em Portugal, durante as Jornadas da Juventude.
A avó diz para a neta: “Entra no café para ver se o Papa já chegou”
Ao que a neta respondeu: “Avó, na televisão diz que o Papa foi recebido, em Euforia. Onde isso fica”?
Comparando com o que vejo diariamente, são pecados com a mínima importância.
Bjs