Cristiano Ronaldo faz questão de relembrar que “Ainda está aqui” sempre que atualiza a sua lista pessoal de golos marcados, apesar do debate sobre a sua presença em campo se ter tornado um tema cada vez mais recorrente nos últimos anos.
E o último jogo não foi exceção.
Contra a Espanha, na final da Liga das Nações, foi precisa uma hora para CR7 acalmar os ânimos dos treinadores de bancada. Muitos deles defendem mesmo que Ronaldo já nem deve ter lugar no banco, aguardando com desespero a sua retirada.
É certo que nem Cristiano Ronaldo quer colocar-se no papel de suplente. E também é certo que ninguém precisa de dizer a Ronaldo que já não tem nada a provar, ele é o primeiro a não ter dúvidas relativamente a isso. Mas enquanto Ronaldo sentir que pode fazer a diferença quer fazê-la. Em campo.
Durante muito tempo fez-se questão de sublinhar a diferença entre a idade apresentada no cartão de cidadão e a idade revelada pelos testes físicos, mas a chegada de Cristiano Ronaldo aos 40 anos tornou o próprio número numa espécie de novo recorde do jogador. E simultaneamente uma barreira. Como se fosse a linha necessária para delinear o fim da sua carreira.
Mas Ronaldo mantém-se firme em reforçar que “Ainda está aqui”.
Num jogo que concentrou as atenções num duelo de gerações – mas que acabou com o protagonismo de Nuno Mendes –, Ronaldo marcou, empurrou a decisão para grandes penalidades e festejou com a alegria de um menino que conquistou o seu primeiro título. Esta é a maior garantia que Cristiano Ronaldo continua a dar. É a vontade de continuar a ganhar, reforçando a importância que tem fazê-lo com a camisola de Portugal.
Na Arábia Saudita conquistou o estatuto de embaixador do futebol do país, um cargo de muitos milhões, mas incomparável ao sentimento de glória pela seleção nacional, que não terá preço.
Ronaldo pouco se deve importar quando falam de Lamine Yamal. O futuro do futebol
passa naturalmente pelo jogador espanhol.
A única luta de Ronaldo será a porta que querem abrir (alguns escancarar) para passar a referir o seu nome no passado.
Enquanto ele lembra que só lhe importa o presente, que “ainda está aqui”, e com novo título de campeão pela seleção ao ombro.
