Juliana Marins foi viajar pela Ásia. Mas o seu nome está a tornar-se o exemplo mais triste dos perigos de viajar sozinho. A jovem brasileira, de 26 anos, passou pelas Filipinas, Tailândia e Vietname ainda antes de chegar à Indonésia, onde perdeu a vida depois da queda de um penhasco no vulcão Rinjani. Mas durante a trilha que se propôs a fazer na subida ao segundo vulcão mais alto do país, Juliana não seguia apenas na sua própria companhia. Ao que tudo indica, com ela estava um guia e um grupo de turistas, que decidiu deliberadamente seguir caminho após a jovem manifestar cansaço.
A queda que colocou a jovem a 650 metros de profundidade terminou com a perda de uma vida após quatro dias de um resgate fracassado.
Não é sequer possível imaginar o sofrimento durante as cerca de 96 horas que resistiu nas escarpas.
Tal como será inimaginável a dor e a impotência que um pai pode sentir ao receber a localização da filha, deixada para trás, com milhares de quilómetros a separá-los.
Juliana Marins foi viajar sozinha, mas naquele preciso momento e percurso, não era suposto ter estado só.
Ficam as dúvidas sobre a ação do cicerone.
Ficam as dúvidas sobre a forma de atuar dos meios de socorro.
Ficam as dúvidas sobre o próprio comportamento do grupo de turistas.
E fica a prova de que Juliana estava sozinha, mesmo estando rodeada de várias pessoas.
Pode não ser irrelevante se a culpa morre ou não solteira. Mas é lamentável e censurável a forma como Juliana Marins morreu só.
Embora o seu nome vá ficar injustamente reduzido aos alertas e recomendações sobre os riscos e ameaças de viajar sozinho.