A temporada 2025/26 já começou a ser preparada, com o arranque dos trabalhos nos clubes portugueses a iniciar-se, tendo em vista a tentativa de conquista de mais uma I Liga de futebol, que promete ser competitiva entre os denominados três grandes.
Se, por um lado, o FC Porto, depois do desaire da época passada, tem preparado uma mudança significativa, tanto no seu plantel como na equipa técnica, o Sporting e o Benfica têm apostado mais numa perspetiva de continuidade, com reforços cirúrgicos para atacar o título.
Começando pelo bicampeão nacional, os leões foram os primeiros a regressarem aos trabalhos de pré-temporada, fruto da ausência do Mundial de Clubes, o que é uma possível vantagem em relação aos dois principais rivais, presentes na prova.
A novela em torno de uma muito provável transferência do avançado sueco Viktor Gyökeres tem marcado o verão do conjunto sportinguista, com um braço de ferro entre o presidente Frederico Varandas, o jogador e o seu agente nas negociações.
Os ingleses do Arsenal devem ser o destino do máximo goleador em Portugal nas últimas duas épocas, que vai desfalcar – e muito – o plantel às ordens do treinador Rui Borges, tendo, para já, apenas duas caras novas em relação ao derradeiro ano.
O médio internacional georgiano Giorgi Kochorashvili (ex-Levante, de Espanha) e o extremo brasileiro Alisson Santos (ex-Vitória, do Brasil) são para já as contratações verde e brancas, que ainda não tiveram nenhuma saída sonante a ser oficializada.
A estagiar em Lagos, no Algarve, o Sporting viu o lateral Diogo Travassos a voltar de um empréstimo ao Estrela da Amadora e ainda conta com as lesões de longa data de Nuno Santos e Daniel Bragança, mas esperam-se mais investidas no mercado.
Rayan Lucas, contratado aos brasileiros do Flamengo e previsivelmente para atuar na equipa B, e Rodrigo Ribeiro, regressado de um empréstimo ao AVS, são dois dos 30 jogadores que seguiram viagem para o Algarve e que procuram um lugar no plantel.
Aposta forte no ataque
O vice-campeão nacional Benfica contabiliza várias saídas de peso, entre as quais a dos três influentes titulares: Álvaro Carreras, rumo ao Real Madrid; Orkun Kökçü, para o Besiktas; e Ángel Di María, que regressou à Argentina e ao Rosario Central.
Depois da eliminação do Mundial de Clubes nos oitavos de final, aos pés daquele que viria a conquistar o título, os ingleses do Chelsea, o Benfica dispôs de alguns dias de férias e apenas voltou esta semana aos treinos, sem muitas caras novas.
A única, no primeiro dia da pré-temporada, foi o lateral espanhol Rafael Obrador, proveniente do Real Madrid e, alegadamente, incluído no negócio entre os clubes por Carreras, mas o lateral bósnio Amar Dedic, oficializado ontem, também já se juntou aos comandados de Bruno Lage.
Os flancos defensivos têm sido a prioridade do Benfica, que também comprou o passe em definitivo do sueco Samuel Dahl aos italianos da Roma, mas, agora, há a perspetiva de ir ao mercado apostar forte no meio-campo e ataque encarnado.
O possível regresso do internacional português João Félix ao clube da Luz tem sido uma das novelas do verão, com o argentino Thiago Almada também a ser falado, sem esquecer o fim das cedências de Renato Sanches, Zeki Amdouni e Andrea Belotti.
Por outro lado, o dinamarquês Casper Tengstedt e o luso Henrique Araújo voltaram a apresentar-se no Seixal, após as respetivas cedências a Hellas Verona e Arouca, esnta as lesões de Alexander Bah, Tomás Araújo e Manu Silva também a resolver.
Partidas e chegadas
A procurar o regresso à luta pelo título, depois de uma época para esquecer, o FC Porto tem sido mais ativo no mercado de transferências em vigor, tendo inclusive mudado de equipa técnica após a desastrosa participação no Mundial de clubes.
O italiano Francesco Farioli é o sucessor do argentino Martín Anselmi, que não foi capaz de reerguer os dragões, terceiros classificados no derradeiro campeonato e eliminados na fase de grupos do Mundial, perante Palmeiras, Inter Miami e Al Ahly.
André Villas-Boas frisou, na apresentação de Farioli, que “podemos estar perante o melhor mercado da história do FC Porto”, com vista a essa ideia de recuperação.
Como tal, o FC Porto conta com quatro contratações certas: o guarda-redes João Costa (ex-Estrela da Amadora), o central croata Dominik Prpic (ex-Hajduk Split, da Croácia), o médio espanhol Gabri Veiga (ex-Al Ahli Jeddah, da Arábia Saudita), que já esteve no Mundial, e o extremo espanhol Borja Sainz (ex-Norwich, de Inglaterra).
O experiente central espanhol Iván Marcano terminou contrato com a turma azul e branca, que adquiriu em definitivo o central argentino Nehuén Pérez, num regresso ao trabalho onde foram visíveis as dispensas de Samuel Portugal e André Franco.
O guarda-redes brasileiro e o médio português não contam e não se apresentaram na pré-temporada, ao contrário do extremo espanhol Iván Jaime, depois de alinhar ao serviço do Valência por empréstimo, na segunda metade da última temporada.
Está assim dado o mote para a nova temporada, que se inicia com a Supertaça, no Estádio Algarve, entre Sporting e Benfica, em 31 de julho, antecedendo a primeira ronda da I Liga, no fim de semana de 09 e 10 de agosto. Em maio vê-se quem sorri.
