Um museu literalmente na fossa

O Museu dos Esgotos tem cerca de 500 metros de galerias. Em cima, a conduta por onde passam os resíduos da metrópole

Rachida Dati, a ministra da Cultura francesa, escrevia há dias na rede social X que «Paris é a capital europeia mais mortífera durante ondas de calor». Com o mercúrio dos termómetros a bater novos recordes a cada verão que passa, há um lugar na capital gaulesa onde se respira um ar mais fresco – ainda que eventualmente também mais fedorento. É o Museu dos Esgotos, situado no 7.ème, a dois passos do Museu d’Orsay. Mas não se pense que, lá por lidar com detritos, se trata de um lugar sem pergaminhos:por aqui passaram membros da realeza e da melhor burguesia europeia, logo desde a Exposição Universal de 1867, quando as galerias abriram ao público. O sucesso foi tão grande que o diretor das águas e esgotos da altura teve de encomendar novos vagões para maior conforto dos visitantes – e em particular das senhoras.