1. Foi a UE e os EUA de Biden que levaram os russos a invadir a Ucrânia. Levando os Ucranianos para uma guerra à partida perdida. Levando a Rússia a ocupar o Donbass, as regiões da Ucrânia de maioria russa e de falantes do russo, para que estes lá continuem a viver. Regiões agora ocupadas, que não voltarão à Ucrânia.
Hoje há 10 milhões de ucranianos de origem russa (Zelensky já fora responsável pela morte de 13 mil, antes da invasão) a combaterem ao lado das forças armadas russas contra o exército ucraniano para defenderem as suas casas, as suas terras, a sua identidade.
2. E foi talvez para levar os europeus a apoiarem essa guerra condenada ao insucesso que os senhores de Bruxelas propalaram e continuam a alimentar o absurdo de uma ameaça de invasão russa da Europa. Uma treta que só pode enganar os mais incautos.
Vejamos: Rússia invadiria a Europa para quê? Só um país que tenha habitantes de mais para a dimensão do seu território pode querer alargá-lo. Não é o caso da Rússia. E hoje, aliás, «crescimento e desenvolvimento não implicam ter mais terra, mas sim ter mais e melhor tecnologia».
Mas mais: os territórios conquistados têm de ser mantidos e controlados. Isto significa que não basta ter um exército para conquistar um território, mas que é preciso manter nele um exército de ocupação.
Na hipótese mirabolante de uma Europa conquistada e ocupada, seriam 200 milhões de pessoas com fome, sem trabalho, sem produzir nada. A produtividade pressupõe a existência de liberdade. Uma Europa conquistada, significaria uma Europa destruída. E nada seria reconstruído sob o domínio de uma força estrangeira.
Os russos tiveram essa experiência até 1991 e aprenderam a lição: 5 milhões de soldados espalhados pelas Repúblicas Socialistas.
Para não falar na oposição que a China faria a um ataque da Rússia à Europa. Conquistando a Europa, a Rússia não teria nada a ganhar e muitos outros teriam muito a perder.
3. O que a Rússia não quer é ser cercada pela NATO, com mísseis apontados a Moscovo. E quer que 10 milhões de ucranianos etnicamente russos, falantes de russo, tenham um território onde possam manter-se e manter a sua língua e a sua identidade. É isso que a Rússia fará agora nos territórios conquistados à Ucrânia.
Parecem ser estas as exigências de Putin para se chegar a uma paz duradoura na Ucrânia. Condições quanto a mim compreensíveis. Um país com a história, a identidade complexa e a situação geográfica da Ucrânia, se quiser viver em paz e desenvolver-se, tem de ter em conta nas suas opções políticas e alianças militares essa realidade incontornável.