Como ajudar o seu filho a enfrentar o bullying: 10 conselhos úteis para pais

Um em cada três alunos já foi vítima de agressões físicas, verbais ou psicológicas por parte de colegas. Aprenda a reconhecer os sinais nas crianças e saiba quando pedir ajuda.

O bullying continua a ser uma preocupação séria nas escolas portuguesas. Estima-se que um em cada três alunos já tenha sido vítima de agressões físicas, verbais ou psicológicas por parte de colegas — e muitos destes episódios permanecem em silêncio, por medo ou vergonha.

Para apoiar famílias na prevenção e no combate ao bullying escolar, o Instituto de Apoio à Criança (IAC) e a marca escolar Giotto, elaboraram 10 dicas práticas que podem fazer a diferença no dia a dia de pais e filhos.

1. Esteja atento aos sinais

O bullying deixa marcas — físicas, emocionais e comportamentais. Mudanças de humor, irritabilidade, apatia, ansiedade antes de ir para a escola, queixas físicas sem causa aparente, isolamento ou até pedidos de dinheiro extras podem ser indícios de que algo não está bem. Estar atento é o primeiro passo para agir a tempo.

2. Não desvalorize o problema

Frases como “isso faz parte do crescimento” ou “é só uma fase” só agravam o sofrimento das crianças. O bullying não é normal nem deve ser tolerado. É uma forma de violência que pode ter consequências sérias na autoestima e saúde mental dos mais jovens.

3. Crie um ambiente de confiança

Para que os filhos falem sobre o que vivem na escola, precisam de sentir que são ouvidos, acolhidos e não julgados. Reserve um tempo diário para conversar, mostre interesse pelas rotinas e emoções da criança e demonstre disponibilidade constante.

4. Fortaleça a autoestima da criança

O bullying corrói a autoconfiança. Por isso, é importante reforçar os pontos fortes do seu filho: valorize os talentos, conquistas e qualidades. Um elogio sincero pode ter um impacto mais poderoso do que se imagina.

5. Explique o que é o bullying

Muitas crianças não sabem exatamente o que é o bullying ou pensam que têm de aguentar caladas. Esclareça que o bullying pode ser verbal, físico ou emocional e que, em qualquer forma, não é aceitável. Quanto mais informadas estiverem, mais facilmente conseguem identificar e relatar situações.

6. Incentive a denúncia

Pedir ajuda não é sinal de fraqueza — é um ato de coragem. Explique à criança que deve sempre contar aos adultos de confiança quando algo não está certo, seja consigo, seja com colegas. Reforce que ela não está sozinha.

7. Dialogue diariamente

Criar o hábito de conversar sobre a escola, os amigos, os recreios e as atividades pode ajudar a identificar problemas antes que se agravem. Perguntas simples, como “com quem brincaste hoje?” ou “houve alguma coisa chata na escola?”, podem abrir portas para conversas mais profundas.

8. Use exemplos reais

Aproveite situações noticiadas ou histórias conhecidas para introduzir o tema de forma natural. Partilhar experiências próprias também pode ser útil — mostrar que o bullying pode acontecer com qualquer pessoa ajuda a criança a sentir-se menos isolada.

9. Peça ajuda especializada

Psicólogos, mediadores escolares e instituições como o IAC têm ferramentas para lidar com estas situações. Tanto a vítima quanto o agressor precisam de orientação para superar ou modificar comportamentos. A articulação com a escola também é essencial.

10. Participe em ações de sensibilização

Projetos como “Todos Pintamos Contra o Bullying”, promovido pela Giotto e pelo IAC, já chegaram a mais de 25 mil alunos em todo o país. Ações como a “Aula Contra o Bullying”, que uniu música, dança e arte urbana, mostram como a educação e a cultura podem ser aliadas poderosas na prevenção da violência escolar.

Para assinalar o Dia Mundial de Combate ao Bullying, a Giotto e o IAC promovem no dia 20 de outubro, às 18h00, uma sessão online gratuita e aberta a toda a comunidade. O encontro contará com a presença da atriz e escritora Diana Ginja, de apenas 12 anos, que vai partilhar o seu testemunho inspirador de superação do bullying. Haverá também espaço para debate, perguntas em direto e apresentação de ferramentas práticas para pais e educadores.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas neste link.