Há uns bons anos na redação do jornal onde trabalhava, um dos editores era considerado um seguidor ‘cego’ do seu chefe de então. Era um autêntico pajem do seu ‘senhor’ e mesmo quando o chefe mudava de opinião, o pajem levava algum tempo a aperceber-se, continuando a repetir o que ouvira – só passado um tempo considerável é que se atualizava com a nova visão do superior hierárquico. Vem esta conversa a propósito do Acordo de Paz para Gaza, onde Trump é peça principal, além dos presidentes, reis e xeiques dos países árabes. Na comunicação social portuguesa já ouvi alguém dizer que estamos mais longe da paz do que alguma vez estivemos. Vi e ouvi alguém dizer que nenhum dos prisioneiros palestinianos que iriam ser libertados iriam para Gaza, foram mais de 250…
Não faço a mínima ideia se este acordo será duradouro ou não, mas a cegueira mental de muitos dos ‘opinadores’ é confrangedora – alguns, à semelhança do tal editor, ainda não perceberam que Putin, aparentemente, disse estar feliz com o acordo. É espantoso como em Portugal fanáticos ideológicos têm tanto tempo de antena, quando o que seria normal era haver pessoas moderadas a discutir os assuntos. Adorava que as operadoras revelassem as audiências ao segundo para se perceber como o comum dos mortais muda de canal quando os ayatolas de serviço a Moscovo entram em ação. Sou um fã incondicional do programa GPS, de Fareed Zakaria, um moderado de esquerda, que entrevista pessoas verdadeiramente interessantes e que sabem do que falam, ao contrário dos cartilheiros parolos nacionais. Não há muita diferença entre o pensamento deles e o de Paulo Raimundo em relação à guerra na Ucrânia ou à ditadura da Venezuela. Mas se o PCP paga nas urnas com essas doideiras, os comentadores ao serviço de Moscovo parece que saem incólumes de todos os disparates.
Voltando a Zakaria, como é possível em Portugal não perceberem que uma entrevista é feita por um jornalista, no máximo dos máximos por três, embora esse número já se pareça um comício. Fiquei fascinado como Fareed entrevistou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria, não tendo o jornalista deixado nenhuma pergunta por fazer, mas sempre com uma elegância incrível. Perguntar a um ex-talibã, ou aparentado, como foi mudar de ‘profissão’, não é muito fácil. E como foi esclarecedora a entrevista com o vice-primeiro ministro polaco, dando um enquadramento perfeito da situação europeia.
Os cartilheiros moscovitas deviam ser obrigados a ver os programas de Fareed em looping, durante várias horas. Brincadeiras à parte, Fareed Zakaria é um bálsamo para a profissão.
E sem Fareed, nada como ver o melhor humor do momento, onde, felizmente, o wokismo não entra: Family Guy. Seth MacFarlane, o criador, é simplesmente genial.
Telegramas
Ele está no meio de elas
O Peru é um país muito especial, onde tudo é normal, desde ex-Presidentes que são presos, não interferindo na situação económica do país, e onde a inflação é de 1,36%! O que não se estava à espera era que o padre Ciro Quispe López, de 51 anos, provocasse um pequeno terramoto na Igreja peruana, ao descobrir-se, por uma das traídas, que tinha 17 amantes, algumas delas freiras. O Vaticano já aceitou a renúncia do D. Juan.
Mulher de dia, homem na cela
O fenómeno não é novo, nas prisões portuguesas há cinco trans, mas volta não volta, lá surge mais uma notícia. Desta vez foi um guarda prisional de Santa Cruz do Bispo, Matosinhos, que ficou em estado grave, depois de ter sido agredido violentamente por alguém que, segundo o CM, «apenas mudou de género e mantém o corpo de homem». Consta que a trans mantém relações sexuais no balneário com outras reclusas, e que já pediu autorização para se casar na cadeia. «Tem tanta força que conseguiu pegar no guarda no ar e atirou-o contra a parede», conta o CM. Não acredito que esta fantochada vá aguentar muito mais tempo. Uma coisa é alguém mudar de sexo, outra é alguém mudar de nome para se aproveitar dessa situação.
Proibir a rede
A Dinamarca quer proibir os jovens com menos de 15 anos de usarem as redes sociais, com a exceção de crianças com mais de 13 e que os pais assim o queiram. A medida pretende diminuir a depressão e a ansiedade nos mais jovens, embora ache que alguns vão ficar à beira da loucura. Mas que é uma bela ideia, lá isso é, apesar de ser contra proibições…
Uma notícia feliz
A família do banqueiro António Horta Osório decidiu fazer uma doação de 1,5 milhões para o novo campus da Universidade Católica, segundo noticiou o Eco. Segundo a mesma publicação, a doação «vai permitir atribuir um prémio anual ao melhor aluno do Curso de Gestão, no valor de 15 mil euros, correspondente às propinas de três anos». António contou com a mulher e os filhos nesta ‘empreitada’.