Ageneralidade da sociedade é avessa à introdução de novidades. É assim em quase tudo, daí a celebre frase “primeiro estranha-se e depois entranha-se”. Com o Padel a coisa não se passou de forma diferente. Os puristas do ténis, modalidade muito elegante e de certa forma conotada com um meio mais elitista, juntaram-se aos que veem o ginásio e as máquinas de musculação como a única forma de fazer desporto e em conjunto decidiram conotar esta nova variante do jogo de raquetes como algo depreciativo, desvalorizando a modalidade.Ah, estava-me a esquecer de um terceiro grupo, um grupo muito influente e que normalmente é o primeiro a criticar ou a mandar abaixo qualquer coisa que se faça. Os que não fazem absolutamente nada. Os que apenas exercitam os dedos através do telemóvel ou das redes sociais e que adoram colocar um crivo negativo nos que se mexem. Seja o que for, não interessa, é para cortar.
A verdade é que sim, existem formas de exercitar o físico mais exigentes que outras como há desportos mais completos pelas suas características e especificidades mas também não é menos verdade que a prática de desporto de maneira geral está provada ser benéfica para a saude em muitos aspectos a começar pelo combate ao sedentarismo e pelo desenvolvimento dos nossos músculos e na instigação ao combate a certas doenças. Como tal, tudo o que faça as pessoas saírem de suas casas e dos seus sofás para se mexerem um pouco é bom para os próprios e para a sociedade. Eu conheço muitos que não faziam nada e que graças ao Padel começaram a fazer. Isso por si só merecia um prémio e um louvor. Claro que existe toda uma parte social associada, que foi criada e que lhe dá corpo e notoriedade. Para quem não sabe o Padel é jogado em equipa. Dois contra dois. Muitos dos praticantes também apreciam as conversas, o copo a seguir aos jogos e os torneios entre pessoas que se vão conhecendo e que normalmente metem música e convívio.
Assim se foi criando uma autêntica comunidade, alguns fizeram amigos novos e têm agora o “grupo do Padel” como os do ginásio têm o “grupo do ginásio”, o que como experiência social me parece muito positiva porque num tempo em que existem tantos meios de comunicação mas em que nos comunicamos tão pouco, tudo o que possa proporcionar o contacto e o desenvolvimento de novas relações ajuda à nossa saúde mental. Para se ter uma noção exata do que estou a falar, este é neste momento o desporto com maior crescimento no nosso país. Claro que partiu de uma base muito baixa mas em poucos anos, são já mais de trezentos mil, os que o praticam. Mais de mil campos e trezentos clubes espalhados um pouco por todo o continente e ilhas.
Este fenómeno desportivo é um jogo simples e de regras fáceis,é acessível, prático, divertido e uma excelente opção de lazer para amigos e famílias. Tudo o que promova um estilo de vida ativo e o bem estar social deve ser valorizado e este é um bom exemplo disso mesmo. Estas e outras razões, traduzem o impacto de popularidade. O Padel combina estratégia e técnica, não é a força que faz a diferença mas o equilíbrio que lhe emprestamos e a escolha da colocação da bola e da variação do jogo. Se lhe juntarmos esta componente social, do relacionamento, das amizades, do convívio e da participação estão reunidas todas as condições para que continue a crescer e a atrair cada vez mais curiosos.
A descobrir:
Conheci um restaurante em Lisboa, na Rua da Boavista número 28, que se assume como áudio-resto-bar. Falo do BAZ (junção entre Buzz e Jazz) criado por um simpático chef de origem libanesa, cheio de onda, chamado Maz. Uma carta que aposta em produtos sazonais, design carregado de bom gosto, discreto mas com a luz certa e excelentes cocktails (desafio-vos a provar o Portuguese Porn Star). No fim a música, apoiada por um sistema de som bem afinado e pratos de vinil. Escolha a vitela ou os hambúrgueres caseiros de fois gras e fique para ouvir um pouco de disco. Garanto-lhe que vai valer a pena.
Uma música para dançar no fim de semana:
Fire Fire (Extended Mix) – Shimza, Kazango
