Hoje festejamos uma das ocasiões que melhor honram a arte de ser Português e, acima de tudo, a arte daqueles Portugueses que fizeram e fazem Portugal.
Hoje, festejamos o 25 de Novembro: a consolidação decisiva do regime iniciado pelo golpe militar do 25 de Abril, um movimento consubstanciado em a reivindicações salariais e hierárquicas, mas rapidamente transformado numa mudança radical que, sem o 25 de Novembro, teria conduzido ao retrocesso, à miséria e à desgraça.
Devemos, por isso, festejar este dia com a dignidade e relevância que se impõe: homenageando Portugal e homenageando também Portugueses extraordinários representados e como o Senhor General António Ramalho Eanes que nos garantiu, e ainda garante, a preservação da dignidade Nacional.
Apesar dos tempos novos, quanto mais conheço e vivo o mundo, mais valorizo a sorte de ter nascido em Portugal e de ser Português.
Podemos ter muitos defeitos, é certo, mas as nossas virtudes são maiores, arrebatadoras e únicas. Como recorda Teixeira de Pascoaes na sua leitura obrigatória, ser Português é mais do que uma intuição: é sentir, compreender e pertencer. É viver de afectos, é entender o mundo através de uma língua global que é nossa — e que nos faz estar em casa, mesmo quando estamos longe.
Foi também esta arte de ser Português que o Senhor Presidente Marcelo Rebelo de Sousa soube interpretar e transmitir, não apenas no discurso hoje proferido na Assembleia da República, mas durante o seu mandato.
Não reduzamos tudo a minudências ou a intrigas corriqueiras, sempre presentes nas sociedades modernas e vibrantes da informação. Nem limitemos a vida e a acção a fait-divers ou a disputas políticas e pessoais.
Há líderes que, apesar do aparente erro, são muito mais do que parecem, representam mais, inspiram mais e garantem mais. É por isso que nos deixarão sempre com menos e com saudade, pois o que teremos e receberemos depois será certamente mais “moderado” e menor.
A vida é assim: por vezes só damos valor quando algo termina ou quando já não está connosco.
E, como bem dizia Vasco Santana no Pátio das Cantigas, “deste(s), já não há mais!”.