Sou um confesso apaixonado pelo Natal. Talvez por ter tido a sorte de uma infância feliz, rodeado de uma família onde sempre imperaram o amor e as tradições. Todo o mês de dezembro é para mim um autêntico passeio no parque, onde se sentem as pessoas mais dispostas a estender a passadeira do altruísmo e a dar a mão para ajudar os outros. O cheiro das castanhas, as iluminações e os enfeites, as árvores e os chocolates, mas acima de tudo o sentimento de que podemos ser melhores e que os outros são parte indissociável de nós. À medida que o tempo vai cavalgando os nossos dias, vamo-nos apercebendo de uma forma mais vincada que os laços e o bem estar dos que nos são mais próximos têm um impacto estruturante na nossa própria existência. Essas emoções próprias de épocas especiais ganham um significado maior quando se aproxima o dia 25, sobretudo para quem convive com filhos, netos, sobrinhos ou outras crianças próximas. E muitas vezes com todos os problemas e angustias este também é o momento em que se esbate um pouco a solidão e em que trazemos a alegria da partilha.
Movimentos como os mercados, as feiras e todos os eventos de Natal de uma maneira geral são catalisadores desse espírito e dessa vontade. Nisso a vila de Óbidos na região Oeste tem sido exímia. No combate à sazonalidade oferecendo magia a quem os visita. “Óbidos Vila Natal” é assim um dos expoentes máximos com uma vasta e diversificada oferta que agrada aos mais pequenos, mas também a todos os outros que se identificam com o tema. Do gabinete do Pai Natal à pista de gelo, espetáculos, laboratórios, fábricas de brinquedos e de guloseimas são algumas das animações presentes a partir do dia 28 de novembro. Em Lisboa a magia divide-se um pouco por toda a cidade, das icónicas iluminações da Avenida da Liberdade ao famoso “Wonderland”, no Parque Eduardo VII, que tem na roda gigante o seu ponto de maior interesse, mas que também mistura artesanato e gastronomia com uma pista de gelo e a imperdível casa do Pai Natal. Os mercados de Alvalade e do Campo Pequeno também costumam marcar a diferença.
Um dos meus preferidos é sem dúvida o da Madeira. O Mercado do Funchal que começa a 1 de dezembro é sempre muito animado e concorrido e tem na “Noite do Mercado” um atrativo especial. Cânticos natalícios numa festa que se prolonga até de manhã, «aproveitando-se para rever velhos amigos e partilhar as melhores histórias do ano, entre os licores caseiros e as tradicionais sandes de carne de vinha d’alhos». Um pouco por todo o país decorrem eventos que promovem e impulsionam este espírito, de Santa Maria da Feira a Viseu, de Braga a Lagos, Águeda, Açores e, claro está, o Porto, onde o “Christmas Village”, na Alfândega, e o Mercado da Alegria fazem as delicias dos mais novos. É sem dúvida uma excelente oportunidade, num destes sítios ou em qualquer outro, para viver o que de melhor as pessoas têm para oferecer e para assistir ao brilhozinho nos olhos de uma criança.
Uma tradição recente que se vai proliferando são os já famosos calendários de Natal. Sejam em formato solidário ou os de chocolate para os mais novos. Uma bela forma de ir contando os dias e de ir explicando de forma educativa o significado desta época do ano que vai muito para além dos presentes. A altura propicia para também nós nos sentirmos um pouco crianças e revivermos os momentos mágicos por que passámos transportando-os para as novas gerações.
A descobrir:
E depois do Padel…o Pickeball! O desporto não é propriamente novo, mas vai ganhando cada vez mais adeptos por esse mundo fora e Portugal não é exceção. Também se joga com raquetes e é uma mistura entre ping-pong, ténis e badmínton. Uma bola leve e cheia de buracos e um campo parecido ao de padel, mas sem paredes. É rápido, mas o facto de a bola flutuar faz com que a juntar à destreza, tenha que existir uma certa astúcia, para prever para onde ela (a bola) vai “voar”. Confesso que fiquei muito entusiasmado com o que vi.
Uma música para dançar no fim de semana:
Don’t this (Original mix) – Fairtone