O consumo de energia elétrica em Portugal cresceu 2,9% nos primeiros onze meses do ano – ou 2% considerando a correção de temperatura e dias úteis – atingindo um novo máximo histórico para este período, segundo dados divulgados pela REN – Redes Energéticas Nacionais.
Em novembro, o consumo registou uma variação homóloga de 6,6%, influenciada pelos valores atipicamente baixos observados em 2024 devido às temperaturas então registadas, revela a REN acrescentando que, ajustando os efeitos climatéricos e de calendário, a subida situou-se nos 2,3%, em linha com a tendência moderada dos últimos meses.
Entre janeiro e novembro, as fontes renováveis asseguraram 68% de toda a eletricidade consumida. A produção hidroelétrica destacou-se, beneficiando de um índice de produtibilidade de 1,33 (acima da média histórica de 1), e respondeu por 26% do consumo. A energia eólica contribuiu com 25%, enquanto a solar garantiu 12%, apesar de um aumento de produção de 28% face ao ano anterior. A biomassa representou 5% do total. Já a produção a gás natural cobriu 15% das necessidades e o saldo importador respondeu por 17%.
Ainda sobre o mês passado, a REN adianta que as condições meteorológicas voltaram a favorecer a produção hidroelétrica, que manteve um índice de produtibilidade de 1,33. A produção eólica atingiu um índice de 1,03 e a solar fixou-se em 0,86. No conjunto, as renováveis abasteceram 66% do consumo mensal, enquanto as fontes não renováveis representaram 16%. As importações de eletricidade mantiveram-se relevantes, correspondendo a 18% do consumo.
No mercado de gás natural, verificou-se a continuação da tendência de recuperação. Em novembro, o consumo cresceu 11,3% face ao mesmo mês de 2024, impulsionado sobretudo pelo segmento de produção elétrica, que registou um aumento de 38%. No segmento convencional – que inclui clientes industriais e domésticos – observou-se também um crescimento, embora mais moderado, de 1,6%.
O balanço acumulado dos primeiros onze meses do ano mostra que o consumo total de gás natural aumentou 13%. Este desempenho resulta de um crescimento superior a 100% no segmento de produção elétrica, que compensou a quebra de 6,9% no segmento convencional.
O aprovisionamento manteve-se, em novembro, quase integralmente dependente do Terminal de GNL de Sines, com apenas 2,5% do gás a chegar pela interligação com Espanha. Entre janeiro e novembro, 97% do gás natural consumido em Portugal entrou por Sines, sendo a Nigéria e os Estados Unidos as principais origens, com 51% e 41% do total abastecido ao sistema nacional, respetivamente.