A GNR e a Guardia Civil espanhola detiveram 15 pessoas e apreenderam 1.509 quilos de haxixe, 36 embarcações e quase 1.500 garrafas de combustível numa operação conjunta de combate ao tráfico internacional de droga por via marítima na Península Ibérica. A operação, concluída a 25 de novembro e divulgada esta quarta-feira, decorreu durante três semanas em vários pontos da província de Huelva e em zonas fronteiriças portuguesas, sobretudo no Algarve.
Em comunicado conjunto, as autoridades dos dois países destacam tratar-se do “primeiro dispositivo coordenado de combate à criminalidade transfronteiriça”, sublinhando que a cooperação será reforçada com novas ações em ambos os lados da fronteira. O objetivo é “manter a pressão sobre o crime organizado” e consolidar a articulação policial entre Portugal e Espanha.
A operação — denominada “Diana” — surge na sequência da crescente pressão policial na zona do Campo de Gibraltar, que levou as redes de narcotráfico a alterar rotas e a utilizar o rio Guadiana como novo corredor para descargas de droga. As autoridades explicam que os canais do rio e a linha fronteiriça natural são vistos pelas organizações criminosas como oportunidades para movimentar embarcações semirrígidas de grande potência, tentando escapar ao controlo marítimo.
No balanço final, além da droga e das 36 embarcações — nove delas de alta velocidade — foram ainda apreendidos 13 veículos, uma arma de fogo e elaborados 98 autos de contraordenação. Mais de 400 veículos foram controlados e 900 pessoas identificadas em mais de 200 pontos de verificação. “O aumento da presença policial e da coordenação entre as forças permitiu travar significativamente a atividade ilícita destas organizações”, assinala o comunicado.
Do lado português participaram militares da GNR através da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF), dos comandos territoriais de Faro e Beja, da Secção de Investigação Criminal do GIOE, bem como meios da Força Aérea Portuguesa. Em Espanha, estiveram envolvidas diversas unidades da Guardia Civil por terra, mar e ar, incluindo o Servicio Marítimo Provincial de Huelva, o Grupo Marítimo del Estrecho, equipas PEGASO, SAER e o Serviço Aéreo.
As autoridades garantem que a operação “vai ser mantida no ativo” e que o modelo conjunto continuará a ser replicado para reforçar a segurança nas zonas transfronteiriças e impedir que o Guadiana se transforme definitivamente numa rota privilegiada do narcotráfico internacional.