O ouro atingiu esta quarta-feira um novo recorde, ultrapassando os 4.500 dólares por onça pela primeira vez. O valor foi impulsionado pelo risco geopolítico do conflito entre EUA e Venezuela e perspetivas de redução dos juros pelo banco central norte-americano.
O metal amarelo, valor refúgio por excelência, subiu para 4.519,78 dólares por 31,1 gramas, com o preço a disparar mais de 70% desde o início do ano de 2025.
Este novo aumento insere-se numa valorização mais geral dos preços dos metais: a prata e o cobre também atingiram novos máximos na terça-feira, enquanto a platina registou o seu valor mais alto desde maio de 2008, valorizando mais de 110% desde o início do ano.
Estes movimentos podem ser explicados, em parte, pelo agravamento dos riscos geopolíticos entre Washington e Caracas, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter afirmando na segunda-feira que seria “sensato” para o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, deixar o poder.
No dia seguinte houve uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Venezuela, onde Rússia e China condenaram a pressão militar e económica exercida sobre a Venezuela pelos EUA, que alegaram estar a proteger o “seu hemisfério”.
Paralelamente, os investidores antecipam novas reduções das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) em 2026, após dados recentes que refletem um enfraquecimento do mercado de trabalho norte-americano e um abrandamento da inflação na maior economia do mundo.