Acompanhei a maioria dos debates eleitorais, promovidos pelas Televisões de sinal aberto. Eu, como grande parte dos portugueses, não aprendi muito. Entre os profetas de novas práticas políticas e os que assumem a herança da experiência de muitos anos, acumularam-se declarações de fé, anúncios de boas intenções, insinuações, golpes de rins e acusações. Houve um pouco de tudo, como no supermercado. Na prateleira da transparência e honestidade, uma das mais procuradas, o stock foi-se esgotando, à medida que cada debate se realizava.
A poucos dias da campanha eleitoral, fica, para mim, no ar a pergunta essencial: quem, de todos os candidatos, é mais capaz para ajudar os portugueses a perceberem e enquadrarem aquilo com que o mundo se prepara para nos embrulhar ?
Confesso que, esta semana, houve uma notícia que me fez encarar esta questão como particularmente relevante, embora o facto que lhe esteve na origem tenha sido apresentado, no essencial, apenas como mera curiosidade.
Foi um simples marco de correio que me trouxe até esta reflexão. A Dinamarca resolveu acabar com as caixas parecidas com mealheiros que, durante dezenas e dezenas de anos, serviam para se depositar as cartas que os Correios, posteriormente, se encarregavam de distribuir. Com o advento da internet e o avanço das tecnologias o correio tradicional perdeu importância e viu o seu papel diminuir, dia após dia. A realidade fecha, assim, mais uma porta sobre o mundo em que nos habituámos a viver, indicando-nos que a modernidade não se compadece com imobilismos e ideias feitas.
Nos debates a que faço referência neste texto, vi muito passado e pouco futuro. Muito carteiro a calcorrear as ruas, de sacola às costas, e raríssimo atrevimento no que diz respeito à capacidade de abrir janelas sobre o que realmente vai ser decisivo na vida dos portugueses, nos próximos meses e anos. No médio e no longo prazo.
Imperou o desgastado discurso paternalista, com lugar garantido, sobre os mais velhos e as estafadas promessas de políticas de apoio aos mais jovens. Regressaram os lugares comuns sobre os problemas da Habitação e as lenga-lengas sobre as dificuldades na Saúde. Enfim, o costume.
Para um jovem que vote pela primeira vez não sei que interesse despertaram os debates. O mais provável é que as radiografias que tiraram aos candidatos estejam cheias de manchas, o que se revela susceptível de lhes distorcer diagnósticos e de os levar a empurrar o voto para onde eventualmente não querem. A superfície, em política, não é seguramente a melhor camada para se encontrar a verdade. Ou as verdades. A espuma esconde muita coisa, neste jogo cada vez mais feito de enganos.
P.S. 1 – O Natal, na Ucrânia, terá a cor do sangue. Mais mortos e mais feridos serão adicionados ao vasto rol de vítimas de uma guerra que, até há quatro anos, se julgaria impensável na Europa. Putin é um carrasco sem dó, com ambições de czar. O egocentrismo, debruado a narcisismo, de Donald Trump, para quem o Estado se confunde com os seus próprios interesses, atapeta o caminho ao líder russo. Pobre Europa, que esbraceja, se esforça e desdobra em tentativas para ajudar Zelensky, mas cuja impotência se torna cada vez mais notória!
2. O futebol é um campo minado. O estado da arbitragem, em Portugal, atingiu um nível inqualificável. O que aconteceu no jogo Santa Clara-Sporting vai para além da incompetência. O sector precisa de uma grande varridela, de alto a baixo. Não doam as mãos a quem tiver a coragem de actuar, acabando com um sistema que, se não é viciado, disfarça muito mal.
3. A TVI chega ao Natal como estação de Televisão líder, em Portugal, tanto em audiências como em rentabilidade. Pelo segundo ano consecutivo, ocupa o primeiro lugar do podium, fruto de muito trabalho, criatividade e dedicação de uma equipa com imensas valências. 2026 adivinha-se já como portador de alto grau de exigência. O mercado é pequeno, a concorrência interna não dorme e a externa cresce. A percepção de que o caminho exige atenção, coragem e atrevimento reveste-se de obrigatoriedade. Num mundo que a tecnologia faz mirrar, para qualquer projecto ter solidez não basta ser eficiente apenas em casa; é essencial crescer para o exterior escolhendo as companhias certas. A TVI e o Grupo de canais que se lhe associam ( CNN, TVI Reality, V+TVI, TVI Internacional, TVI Player ), bem como toda a operação digital da Mediacapital, já deram provas de que o sabem fazer. Aguarde-se pelo que está para vir.