Esta posição consta de uma curta nota enviada à comunicação social, depois de o Fórum Manifesto, corrente fundada por Miguel Portas e à qual pertence a ex-deputada Ana Drago, ter decidido, em assembleia geral, por larga maioria, desvincular-se do Bloco de Esquerda e contribuir para "novas plataformas políticas abrangentes".
Perante esta rutura, o Bloco de Esquerda refere que "anteriores posições de alguns dos membros do Fórum Manifesto já anunciavam a decisão hoje tomada".
"O Bloco continuará empenhado em juntar forças, convicto que o impulso para dividir não reforça a esquerda", acrescenta a nota dos bloquistas.
Para justificar a decisão de rutura com o Bloco de Esquerda a corrente Manifesto salienta que "as derrotas consecutivas que o Bloco acumulou nos últimos anos, e que o conduziram à magra expressão eleitoral obtida nas últimas eleições europeias, não são um reflexo de fatores externo", mas resultado "da acumulação de erros não corrigidos, inscritos numa orientação política que divorciou crescentemente o BE do seu potencial eleitorado".
"Perante a opinião pública, o Bloco vincou, ao longo dos últimos anos, a imagem de um partido cada vez mais virado sobre si próprio, indisponível para o diálogo e para a convergência com outras forças políticas à esquerda; centrado no protesto, e por isso indisponível para estabelecer compromissos efetivos de governação; revelando uma insuficiente, inconsistente e até, por vezes, contraditória construção programática. Isto é, um partido que surge aos olhos dos cidadãos como incapaz de responder, com realismo, credibilidade e determinação, aos problemas e desafios com que o país se confronta de forma dramática e urgente", acrescenta a resolução do Fórum Manifesto, corrente considerada dentro do BE a mais próxima dos valores da social-democracia, tomando como comparação o PSR e a UDP.
Lusa / SOL