TAP começa a voar para a Guiné-Bissau a 26 de Outubro

As ligações aéreas entre Portugal e a Guiné-Bissau vão ser retomadas a partir de 26 de Outubro, afirmou hoje o presidente da transportadora aérea portuguesa, Fernando Pinto.

O presidente da TAP garantiu que as reservas para este voo estão a ser feitas a partir de hoje.

Fernando Pinto falava à margem da assinatura de um protocolo de cooperação, formação e capacitação nas áreas das migrações e controlo de fronteiras entre os dois países.

A TAP suspendeu os voos para Guiné-Bissau desde Dezembro passado, na sequência do embarque forçado pelas autoridades guineenses de 74 sírios no aeroporto de Bissau rumo a Lisboa.

Na altura, a TAP considerou que só retomaria os voos – que eram três semanais -, depois de as autoridades guineenses garantirem medidas de segurança no aeroporto, que a companhia considera ter sido quebrada com o incidente.

"Acabamos de assistir à assinatura do protocolo, com a presença dos dois primeiros-ministros, de Portugal e da Guiné-Bissau, no qual há uma cooperação entre os dois países no controlo de fronteiras. Isto é a parte fundamental, foi este problema que tivemos no passado, e agora fica garantido (a segurança)", disse Fernando Pinto aos jornalistas.

"Fica reforçado a parte de verificação de fronteiras e admissibilidade das pessoas que estão vindo para cá (Portugal)", disse, acrescentando que agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal estarão "in loco" para a verificação dos passaportes dos passageiros.

"Com base neste protocolo, temos a certeza que temos todas as condições de segurança necessárias", garantiu.

O presidente da TAP disse ainda que vão ser realizados três voos semanais entre Bissau e Lisboa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Rui Machete, disse que com o regresso da ordem constitucional, as eleições gerais na Guiné-Bissau e a cooperação das autoridades legítimas, "foi possível, com celeridade, o reforço no controlo de passageiros na rota Bissau-Lisboa".

De acordo com Machete, a assinatura deste protocolo dá garantias de que episódios como o ocorrido com os 74 sírios, "não mais se voltarão a repetir".

Por seu lado, o chefe da diplomacia guineense, Mário Lopes da Rosa, garantiu que o seu país "estará engajado" no reforço da cooperação na área do controlo de fronteiras entre os dois países.

O fim da rota teve impacto em vários setores, além do transporte normal de passageiros, que atingem também as pessoas que procuram atendimento médico em Portugal.

Deixou de haver correio para fora da Guiné-Bissau (a não ser por empresas especializadas a preços mais elevados) ou transporte de pequenas mercadorias os serviços oferecidos são mais demorados e têm custos mais elevados.

Rui Machete disse ainda que, no âmbito da cooperação na área da saúde, serão brevemente enviadas 15 toneladas de medicamentos recolhidos pelo Infarmed para a Guiné-Bissau.

Lusa/SOL