“Cada um da família respondia por uma actividade de negócio”

O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, afirmou que está no “olho do furacão” e negou ser o “pivô” da crise no banco, em declarações ao jornal brasileiro Estado de São Paulo.

"Não sou o pivô [dessa crise]. Cada um [da família] respondia por uma actividade de negócio. O Ricciardi pela presidência do BESI, o Manuel Fernando pela 'holding' Rioforte, e por aí em diante", afirmou Ricardo Salgado, citado pelo diário.

Ainda de acordo com o Estado de São Paulo, Salgado não comentou as recentes suspeitas que o envolvem em branqueamento de capitais e corrupção, nem os conflitos familiares, mas disse que não pode ser acusado sozinho pela crise no banco.

"Estou no meio do olho do furacão porque sou um banqueiro à frente de uma instituição de quase 150 anos", disse.

No dia 3 de Agosto, o Banco de Portugal tomou controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição.

No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES mas que está em liquidação, ficaram concentrados os activos e passivos tóxicos do BES, assim como os accionistas, que perderam tudo ou quase tudo.

No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os activos e passivos considerados não problemáticos.

O BESI Brasil, braço de investimentos do Banco Espírito Santo no país, está a negociar a venda das suas divisões de gestão de recursos de terceiros e de gestão de fortunas ao banco Brasil Plural, de acordo com o diário brasileiro. Já a subsidiária brasileira manteria o foco em serviços, como mercado de capitais e fusões e aquisições.

O Brasil Plural, citado pelo Estado de São Paulo, confirmou estar a analisar essa operação.

SOL/Lusa