Burlão dizia estar paraplégico mas foi apanhado em pé nas compras

Roubou mais de 50 mil euros (40 mil libras) a um vizinho que sofria de Alzheimer e quando foi apanhado alegou estar paraplégico, e por vezes em coma, para não comparecer em tribunal. Agora, quando a polícia do País de Gales lhe mostrou imagens da câmara de segurança de um supermercado que frequentava, admitiu a…

Roubou mais de 50 mil euros (40 mil libras) a um vizinho que sofria de Alzheimer e quando foi apanhado alegou estar paraplégico, e por vezes em coma, para não comparecer em tribunal. Agora, quando a polícia do País de Gales lhe mostrou imagens da câmara de segurança de um supermercado que frequentava, admitiu a autoria de 19 crimes de fraude, falsificação e roubo.

Alan Knight, de 47 anos, recebia ainda subsídios estatais devido à paralisia alegadamente criada por uma queda. Em estado vegetal, Knight dizia sofrer ataques epilépticos frequentes, que o teriam levado a entrar em estado comatoso por mais do que uma vez. Incluindo em Setembro de 2012 e Julho de 2013, quando foi chamado a tribunal para responder sobre os crimes com que lesou o seu idoso vizinho Ivor Richards.

O director da polícia do Sul de Gales, Paul Harry, disse à BBC tratar-se do “esquema mais longo e calculado de trapaça a um vizinho idoso e vulnerável” que alguma vez viu. A acusação acusa-o de ter “desviado sistematicamente” a exacta quantia de 41.570 libras a Ivor Richards, dinheiro que terá usado para passar férias com a mulher e os três filhos numa caravana comprada também com o dinheiro conquistado no esquema.

O casal terá apresentado provas do internamento de Alan Knight durante as audiências judiciais a que faltou, informa o Daily Mail, ilustrando o seu artigo com fotos em que o burlão aparece numa maca, com protector de pescoço e ligado a uma bomba de oxigénio. Imagens que o casal terá apresentado como prova.

Esta terça-feira, depois de ter sido informado que o julgamento prosseguiria mesmo na sua ausência, apareceu no tribunal como o fizera no hospital: de cadeira de rodas e com um colar de protecção do pescoço. Mas Knight não sabia que a acusação já fora avisada por médicos do hospital que viram o seu paciente a “comer, limpar a cara e até a escrever”, o que segundo o juiz que foi chamado a analisar o caso, citado pelo Daily Mail, são sinais “inconsistentes para quem diz estar paraplégico ou em coma”.

E muito menos sabia que o seu cartão de fidelidade a uma grande marca de supermercados britânicos o tinha denunciado: depois de detectar várias operações com o cartão, a polícia recorreu às câmaras de segurança do supermercado. Knight aparecia saudável, em pé e até a empurrar o carro de compras. Foi o fim de uma farsa com mais de dois anos, que levou o réu a admitir a autoria dos crimes.

Agora, para além da matéria criminosa em causa, o juiz quer que Alan Knight seja visto como um exemplo para futuros burlões: “Os pormenores deste caso são únicos para a minha experiência e uma mensagem forte tem de ser enviada para aqueles que se sintam tentados a adoptar tácticas semelhantes”, disse o juiz que ditará a sentença no próximo mês.