Uma família que parece as Nações Unidas

Um casal norte-americano tem neste momento 34 filhos e mais dois a caminho. A BBC conta a história da família Briggs.

Tudo começou em 1985, quando Jeane Briggs viu na igreja uma fotografia de um menino que estava num orfanato no México. Abraham era cego e, devido a violentos maus tratos, tinha sofrido danos cerebrais e extensas lesões por todo o corpo. De coração partido, o casal foi buscar a criança. Hoje, Abraham é um homem de 31 anos, está noivo e é um talentoso músico.

O menino mexicano foi apenas o primeiro dos 29 filhos adoptivos dos Briggs, que acolheram em sua casa no estado norte-americano da Virgínia Ocidental (um dos mais pobres do país) crianças de países como a Ucrânia, o Gana, a Rússia ou a Bulgária. E há ainda cinco filhos biológicos. Todos tratados com o mesmo carinho e dedicação. As fotografias comprovam – é uma família feliz.

Apesar de serem originários de países diferentes, quase todos os filhos adoptivos dos Briggs têm uma coisa comum. A maioria são meninos que mais ninguém quis. Como Joseph, hoje com 12 anos, que veio da Ucrânia, rejeitado e acossado por ter lábio leporino e o palato fendido. Ou Andrew, uma criança com deficiência mental que aos 5 anos de idade, quando foi resgatado de um orfanato na Bulgária, pesava uns impressionantes 7,5 quilos – estava no limiar da sobrevivência.

Na Virgínia Ocidental, os pequenos Briggs recebem aulas em casa – uma grande quinta de 5.000 metros – e a BBC sublinha que, neste caso, o sistema parece resultar. Vários foram para a universidade e já se licenciaram.

Apesar do pai Paul contar com um bom salário, ter uma família tão grande acarreta custos naturalmente elevados. A factura do supermercado, por exemplo, atinge cerca de mil dólares por semana.

Mas a factura mais importante parece mesmo ser a felicidade das crianças. Como conta Tia, uma ucraniana de 18 anos que chegou a casa dos Briggs depois de perder a mãe: “Quando cheguei a casa vi montes de pessoas a correr para mim para abraçar-me. Estou tão contente de estar aqui. Não sei o que faria se não estivesse aqui, nem sei sequer se estaria viva”.