Contabilista do BES vai ser ouvido à porta fechada

O contabilista do antigo BES Machado da Cruz e o ‘controller financeiro’ do GES vão ser ouvidos na comissão parlamentar de inquérito à gestão das duas entidades à porta fechada, por terem invocado o segredo de justiça.

Contabilista do BES vai ser ouvido à porta fechada

O presidente da Comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, Fernando Negrão (PSD), informou hoje que Machado da Cruz e José Castella, que têm audições marcadas para quinta e quarta-feira, respectivamente, entregaram dois requerimentos para serem ouvidos à porta fechada, apelos que foi aceites pelos deputados de todos os partidos.

"Invocaram o facto de terem tido contacto com mandados de busca em que se defina matéria de investigação criminal do Ministério Público, com implicações também com o segredo de justiça", disse o deputado social-democrata.

Os deputados disseram preferir declarações, mesmo que à porta fechada, a não ouvirem os dois responsáveis do BES e do GES, reforçando contudo que este tipo de audições deve ser uma excepção só justificável numa situação como a referida por Machado da Cruz e José Castella. 

Os dois requerimentos foram votados no final do dia de regresso aos trabalhos da comissão parlamentar de inquérito, tendo hoje sido ouvido duas personalidades: de manhã foi escutado o revisor oficial de contas (ROC) e auditor do GES, José Manuel Macedo Pereira, e de tarde foi a vez do antigo presidente executivo da Rioforte, João Rodrigues Pena, prestar declarações aos deputados.

Os trabalhos arrancaram cerca das 09h00 e só findaram pelas 21h00, com uma pausa no meio para almoço.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de Novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".

Lusa/SOL