Lembrar o Holocausto é recusar ‘ódio, discriminação e racismo’

O governo português salientou hoje, no dia internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, que lembrar o extermínio nazi é recusar o ódio, intolerância, discriminação, xenofobia e racismo, “que ressurgem na actualidade”. 

Num comunicado divulgado pelo ministério dos Negócios Estrangeiros, o executivo presta "homenagem aos milhões de judeus vítimas do extermínio nazi", lembrando que há 70 anos, os Aliados libertaram o campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, "expoente máximo do horror do Holocausto". 

"Ao assinalar esta efeméride, o governo português reafirma a necessidade de se preservar a memória do Holocausto e de assegurar que as gerações vindouras não o esquecerão", sublinha. 

O comunicado recorda também os heróis do Holocausto, "pessoas – como os diplomatas portugueses Aristides de Sousa Mendes, Carlos Sampaio Garrido e Alberto Teixeira Branquinho – que, pela sua coragem e altruísmo, resgataram da morte milhares de judeus e outras vítimas do extermínio nazi". 

O ministério dos Negócios Estrangeiros refere também a contribuição financeira do Estado português para a conservação das instalações do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. 

Portugal "está empenhado em promover a educação sobre este episódio sombrio da História. Evocar o Holocausto é alertar em permanência para perigos diversos, que infelizmente ressurgem na actualidade, como sejam o ódio, a intolerância, a discriminação, a xenofobia e o racismo, contribuindo assim para a sua inequívoca rejeição". 

Trezentos sobreviventes do antigo campo – na maioria dos casos com mais de 90 de idade – de extermínio nazi de Auschwitz-Birkenau participam nas comemorações do 70.º aniversário da libertação do campo. 

A par dos sobreviventes, representantes de mais de 40 países, incluindo Portugal, confirmaram a presença nas cerimónias.

A representação portuguesa nas cerimónias está a cargo do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães. 

O nome de Portugal irá figurar numa placa, descerrada durante as cerimónias, em que vão constar os vários países que apoiam a preservação das instalações do antigo campo de concentração e de extermínio.

O campo Auschwitz-Birkenau foi construído pelas forças alemãs em 1940 para ser um lugar de encarceramento de cidadãos polacos. A partir de 1942, o local transformou-se no complexo mais mortífero da política de extermínio do regime nazi durante a Segunda Guerra Mundial.

Entre 1940 e 1945 terão perdido a vida neste local mais de 1,1 milhões de pessoas, a maioria judeus, mas também polacos, ciganos, prisioneiros de guerra soviéticos e prisioneiros de outras etnias.

Os nazis iniciaram um processo de evacuação de Auschwitz em 17 de Janeiro de 1945, quando estariam no campo de concentração cerca de 56 mil prisioneiros. Entre nove e 15 mil pessoas terão morrido durante as "Marchas da Morte" da evacuação.

Lusa/SOL