Oratório indo-português raro pode atingir os 100 mil euros em leilão

Um oratório portátil indo-português, que a leiloeira qualifica de “raro”, vai a leilão, em Lisboa, na próxima semana, podendo atingir os 100.000 euros, foi hoje divulgado.

O leilão, realizado pela Veritas, está marcado para quinta e sexta-feira da próxima semana. Entre as peças em destaque, a mesma fonte referiu um móvel "vitrine" em estilo Luís XV, da oficina Krieger, e uma gargantilha ("rivière" de diamantes), de fabrico italiano.

O oratório, do século XVII, é um "excepcional exemplar da arte indo-portuguesa, proveniente de uma colecção privada, terá sido uma provável encomenda da Ordem Dominicana para um dos seus conventos" e "pode atingir os 100.000 euros", na arrematação final, disse à Lusa a mesma fonte.

O interior desta estrutura, em forma de templo, é em teca, sissó, pau-rosa e marfim, e inclui uma pintura a óleo sobre cobre representando a aparição de Nossa Senhora do Rosário a São Domingos de Gusmão, num possível trabalho de origem espanhola.

No interior do oratório, encontram-se nichos com figuras em marfim de São Domingos, São Francisco de Assis, São Paulo, Santo António, São Pedro e São Francisco Xavier.

"A presença de São Francisco Xavier, entre as seis imagens de santos, leva-nos a datar este oratório como sendo posterior a 1622, ano da canonização do santo jesuíta", acrescentou a mesma fonte.

A "rivière" de diamantes, de fabrico bolonhês da primeira metade do século XIX, é cravejada em prata e ouro com 54 diamantes em "talhe antigo de brilhante de boa cor, num total estimado de cerca de 37, 50 carat", e via á praça com um valor de licitação entre os 40.000 e os 60.000 euros.

Outro lote destacado foi um par de floreiras, da Companhia das Índias, em porcelana da China, de 1790. As floreiras têm representadas as armas reais de Portugal e as armas da cidade de Lisboa. Estas peças são atribuídas ao Convento de São Vicente de Fora dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, em Lisboa, segundo a mesma fonte.

Um terceiro lote destacado é um móvel "vitrine", de fabrico francês, datado de 1880, que vai à praça com uma licitação entre os 9.500 e os 12.000 euros.

Referindo-se aos detalhes do móvel, fonte da leiloeira explicou à Lusa, que tem "marchetaria em pau-santo e finas montagens em bronze dourado".

"Em baixo, decoração com coroas de flores e quatro pés com folhas de acanto terminando em enrolamentos. Porta e ilhargas em vidro e interior em seda adamascada".

A leilão, nos dois dias, vão 662 lotes, entre porcelanas, pratas, relógios e pinturas. Entre as pinturas vão à praça telas de Constantino Fernandes, Domingos Rebelo, Alfredo Keil e Túlio Victorino, entre outros artistas plásticos.

Lusa/SOL