Ana Filipa Martins
Ginástica
Ranking mundial: 1.ª
Começou na ginástica antes de entrar na escola primária. Tinha quatro anos e o 'bichinho' depressa ganhou estatuto de principal ocupação nos tempos livres, a ponto de ter partido “várias vezes” a cama dos pais com tantos saltos, como relatou ao SOL em Novembro. Fechou 2014 como líder mundial nas paralelas assimétricas, segunda na trave e no exercício de solo e 20.ª no salto. No último Mundial, foi 16.ª no concurso all-around, onde só entram as 22 melhores no conjunto dos quatro aparelhos. Nunca uma portuguesa havia chegado à final. Com 19 anos feitos há um mês, a atleta portuense, que representa o Sport Clube do Porto, aposta tudo num resultado de excepção nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
Fernando Pimenta
Canoagem
3.º no último Europeu
Medalha de prata em Londres-2012, numa dupla com Emanuel Silva, o canoísta de Ponte de Lima persegue o sonho de chegar ao pódio olímpico na prova individual de 1000 metros. Embora colectivamente as hipóteses de Portugal sejam mais fortes, nada demove o múltiplo medalhado em Europeus e Mundiais de tentar a sua sorte no Rio. Quando ganhou a prata no Euro-2013, recusou folgar a seguir. “Ainda tenho muito para melhorar e tenho de começar já”, dizia então ao SOL. Só descansa ao domingo e acredita que em 2016, com 27 anos, estará no auge.
Marcos Freitas
Ténis de mesa
Ranking mundial: 10.º
São seis horas de treino por dia para estar entre os melhores do mundo – a maioria asiáticos, mas também alguns europeus. Nascido no Funchal, emigrou há uma década para a Áustria para ali poder treinar-se com a elite do ténis de mesa e os resultados estão à vista: é hoje, aos 27 anos, o terceiro melhor europeu e o décimo melhor do mundo. Pela Selecção, chegou aos quartos-de-final nos Jogos Olímpicos de 2012 e sagrou-se campeão europeu no ano passado, um feito que poucos imaginariam. A nível de clubes, já ganhou por duas vezes a Liga dos Campeões, a mais recente na época passada, ao serviço do clube francês Pontoise-Cergy.
Jéssica Augusto
Atletismo
3.ª no último Europeu
A sétima classificada na maratona olímpica de 2012 está grávida. Vai ser mãe no final de Maio ou início de Junho e ficará com um ano para preparar a presença nos Jogos do Rio de Janeiro. A gravidez foi planeada tendo em conta essa meta e tudo corre como previsto. Para já reduziu os esforços: faz caminhadas e anda de bicicleta para manter alguma actividade física. Mas voltará à estrada no Verão e vai correr uma maratona na Primavera do próximo ano, repetindo o plano de Londres-2012, para chegar ao Brasil com o ritmo certo. Nascida em 1981 em Paris, onde tinha os avós emigrados, a atleta que se mudou para Braga aos seis anos tem sido uma garantia de fiabilidade na prova dos 42 quilómetros: em 2014 foi medalha de bronze no Europeu de Zurique e estabeleceu em Londres a segunda melhor marca portuguesa de sempre (2h24m25s), só atrás do registo de Rosa Mota em 1985, em Chicago (2h23m29s).
João Pereira
Triatlo
Ranking mundial: 6.º
Numa modalidade que em Portugal foi sinónimo de Vanessa Fernandes até há uns anos, o sector masculino impõe-se cada vez mais. Aos 27 anos, o triatleta das Caldas da Rainha ocupa o sexto lugar do ranking mundial e confirma os créditos que o levaram do Alhandra para o Benfica. Começou tarde, aos 18, a combinar natação, ciclismo e corrida, mas explodiu em 2014 com grandes resultados na Taça do Mundo. Que o deixam na linha da frente para atacar os Jogos Olímpicos.
João Sousa
Ténis
Ranking mundial: 45.º
Natural de Guimarães, mudou-se aos 15 anos para Barcelona com o propósito de se tornar profissional. Filho de um juiz e de uma bancária – que nos primeiros tempos levava comida para o mês inteiro sempre que o visitava, como o pai contou ao SOL -, obteve a primeira vitória num torneio ATP em 2008. E o primeiro e único título do ténis português no circuito profissional chegaria cinco anos depois, na Malásia. Hoje, aos 25 anos, segue firme no top-50 mundial (o seu melhor é o 35.º posto, em Julho de 2014), já com 1,5 milhões de euros acumulados em prize money. No mês passado, no Open da Austrália, atingiu pela segunda vez a terceira ronda de um torneio do Grand Slam. É representado por Jorge Mendes, o super empresário do futebol, e o site oficial do circuito ATP apresenta-o como poliglota: fala português, castelhano, catalão, inglês, francês e italiano. Não é para menos. O tenista passa mais de metade do ano fora de casa, em competição.
Rui Bragança
Taekwondo
Ranking mundial: 1.º
É um dos poucos a quem o Comité Olímpico de Portugal (COP) aponta às medalhas para os Jogos Olímpicos de 2016. Aos 23 anos, este estudante do quinto ano de Medicina, na Universidade do Minho, ganhou esse estatuto ao sagrar-se campeão da Europa na categoria de -58 quilos. Há um par de meses, trocou o ABC de Braga pelo Vitória de Guimarães, passando a representar o clube da sua cidade natal, o que facilita os treinos bidiários: de manhã, das 6h30 às 8h, antes das aulas; e ao fim da tarde, após o regresso da faculdade. Iniciado na modalidade aos 13 anos, uma década depois é líder do ranking mundial.
Rui Costa
Ciclismo
Ranking mundial: 4.º
Uma bronquite atacou-o em plena Volta a França e condicionou a sua primeira experiência como chefe-de-fila na prova-rainha do ciclismo. Mas o facto de não ter brilhado no Tour como em anos anteriores – teve de desistir quando era 13.º classificado – não impediu o líder da equipa Lampre de terminar o ano na quarta posição do ranking. Além de uma inédita terceira vitória consecutiva na Volta à Suíça, foi segundo no Paris-Nice e terceiro na Volta à Romandia, provas bem cotadas no calendário internacional. No Mundial, depois do triunfo em 2013, ficou-se pelo 23.º lugar. Para 2015, aguarda-se com expectativa o que poderá fazer na Volta a França o ciclista natural da Póvoa de Varzim, agora que entrou numa idade (28 anos) em que por norma surgem os melhores resultados. O COP considera-o candidato às medalhas nos próximos Jogos Olímpicos.
Telma Monteiro
Judo
Ranking mundial: 1.ª
A menina bonita do judo nacional persegue sem sucesso – até agora – a medalha olímpica, mas em Europeus e Mundiais já subiu 15 vezes ao pódio. E se na categoria de -52 quilos muitos lhe vaticinavam um futuro risonho, a opção pela de -57 tem-se revelado uma boa aposta. A judoca de Almada já soma três títulos de campeã europeia nesta segunda categoria, contra os dois alcançados na primeira. Desde que decidiu trocar, em 2009, deixou de fazer uma dieta que a obrigava a perder cinco quilos no mês anterior às provas. Nos últimos dias, quase não comia para passar o teste da balança. Agora compete no escalão que mais se adequa ao seu peso habitual e não se arrepende: aos 29 anos, a atleta do Benfica acaba de ascender à liderança mundial.
