Missão espacial com norte-americano e russo é lançada hoje

Um astronauta norte-americano e um cosmonauta russo preparam-se para estar um ano na Estação Espacial Internacional, um feito inédito, com lançamento previsto para hoje, que visa testar a resistência do corpo humano no espaço por longos períodos.

Scott Kelly e Mikhail Kornienko, engenheiros de voo, seguirão a bordo de uma nave russa Soyuz, que, se tudo correr conforme o programado, descolará do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, às 19:42 (hora em Lisboa).

Com a dupla irá também outro cosmonauta russo, Gennady Padalka, que regressará, no entanto, à Terra ao fim de seis meses. 

Kelly, Kornienko e Padalka vão juntar-se a outros três colegas, que se encontram na estação espacial desde Novembro, incluindo a astronauta Samantha Cristoforetti, a primeira mulher italiana que viajou para o espaço.

A maioria das expedições à Estação Espacial Internacional dura quatro a seis meses.

Com esta missão, numa nova colaboração entre as agências espaciais norte-americana NASA e russa Roscosmos, os cientistas esperam compreender melhor a forma como o corpo humano reage e se adapta no espaço durante um longo período de tempo.

Numa nota, a NASA, onde trabalha o astronauta Scott Kelly, explicou que a expedição é fundamental quando se tenciona levar o homem a Marte, uma viagem que durará mais de um ano.

Segundo a NASA, a longa exposição a um ambiente de gravidade zero pode afectar, de muitas maneiras, o corpo humano, nomeadamente suscitar alterações na visão, atrofia muscular e perda óssea.

Para a agência espacial norte-americana, "a psicologia humana é também uma área de investigação importante", atendendo a que os astronautas vão circular, na estação espacial, em espaços confinados e estar isolados do resto das pessoas.

Enquanto Scott Kelly estiver em órbita, o seu irmão gémeo, Mark Kelly, que foi também astronauta da NASA, irá participar em estudos genéticos comparativos.

Os testes vão ajudar os especialistas a identificarem melhor qualquer alteração no corpo humano decorrente da longa exposição à gravidade zero.

Lusa/SOL