Catarina Martins e Rui Tavares são unânimes na crítica a uma das medidas mais emblemáticas do governo grego apresentada ao Eurogrupo: legitimar 'inspectores não profissionais', como estudantes e turistas, para detectarem e registarem comportamentos fraudulentos junto de comerciantes e empresas.
“Não é um tipo de medida que eu favoreça”, afasta o fundador do Livre. “Não posso dizer que seja uma medida que eu veja com alguma simpatia”, acrescenta a porta-voz do BE ao SOL. Para Rui Tavares, “o combate à fuga ao fisco deve ser feito com um maior grau de profissionalismo”.
O ex-eurodeputado entende que “a Europa deve coordenar-se para ajudar a Grécia a construir um sistema fiscal informático e, assim, também evitar que surjam propostas que só existem porque as insitituições europeias não têm dado tempo à Grécia”, nota.
Catarina Martins, na mesma linha, defende outras soluções - como a informatização do sistema fiscal - e assegura que esta nunca será uma proposta dos bloquistas. “Seria completamente absurdo apresentar uma medida destas para um país como Portugal”, diz.
O governo liderado por Alexis Tsipras deverá insistir na medida apresentada no início do mês, que contribuiu para garantir à Grécia um acordo para a extensão do programa de assistência financeira.
Na semana passada, dois meses após a sua eleição, Tsipras foi recebido por Angela Merkel em Berlim, saindo mandatado para apresentar uma lista aprofundada de reformas. Só depois da aprovação da lista no Eurogrupo serão libertadas verbas.