Hugo Marçal não colaborou nem mostrou arrependimento

O acórdão do processo Casa Pia indica que o arguido e advogado Hugo Marçal não demonstrou arrependimento pelos crimes de abusos sexuais a menores e que não colaborou com o tribunal

«A sua postura em julgamento não foi de todo colaborante,
mas antes desculpabilizante»
, lê-se na sentença, a qual refere
que o arguido sempre negou os factos.

Hugo Marçal foi condenado a seis anos e dois meses de prisão
efectiva, tendo o colectivo de juízes feito referência à sua «culpa
em elevado grau»
, «especial censurabilidade» e
«manifesto aproveitamento da vulnerabilidade» das
vítimas.

O tribunal considerou Hugo Marçal culpado de ter providenciado uma
casa em Elvas, pedida à arguida Gertrudes Nunes, para que aí decorressem
abusos, de acordo com o acórdão entregue hoje aos advogados e a que
agência Lusa teve acesso.

Os juízes deram como provados os depoimentos de algumas das
vítimas, segundo as quais, quando iam para Elvas, para aí serem sujeitas
a práticas sexuais por adultos do sexo masculino, ao chegarem à casa,
eram recebidos por Hugo Marçal.

Este arguido foi também condenado por três crimes de abuso sexual
de menores dependentes e pornografia de menores.

 

Sol / Lusa