Voltaram os jobs for the boys

A certa altura, parece haver boas intenções em acabar com os jobs for the boys na politica. A frase de Guterres soou sincera. E a criação do CRESAP, organismo chefiado por João Bilhim para apreciar candidaturas públicas, também parecia honesta.

Mas lá estalou o verniz de vez, ainda por cima já em época eleitoral. Foi muito tempo a fazerem força para se conterem.

Uma senhora chamada Ana Pinho acaba de ser nomeada pelo Governo (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional, Ministério do Desenvolvimento Regional) como vogal de uma entidade que gere fundos comunitários, apesar da oposição do CRESAP (que a chumbou em 5 dos 12 critérios apreciados). E tenhamos isto em consideração: o CRESAP e João Bilhim foram nomeados por este Governo, como órgão e gente da sua confiança. ‘O que faria o senhor Faria’ se fosse de outro modo.

E na verdade, João Bilhim, veio afirmar numa entrevista à RTP2, que nada obriga o Governo sequer a aceitar os nomes propostos pela sua comissão (uma short list de 3, em que a escolha é já muito pessoal e discricionária), só pede que justifique a opção a tomar. A verdade é que as nomeações todas, com ou sem CRESAP, recaem sobre militantes do PSD e do CDS. Com este Governo, portanto, apesar das intenções ungidamente explicadas por Passos Coelho, ainda estamos longe do ‘no jobs for the boys’.