Descoberta a doença que matou 21 crianças em Luanda

As autoridades de Saúde da província de Luanda anunciaram hoje que as 21 mortes de crianças registadas em poucos dias num único bairro do município de Cacuaco, nos arredores da capital angolana, foram provocadas por malária.  

As mortes deram-se entre 30 de Abril e 05 de maio no bairro no Mulundo, na comuna da Funda, afectando crianças entre os nove e os 12 anos, depois de apresentarem febres altas e dores abdominais, entre outros sintomas, num quadro clínico que, segundo a população, se agrava "muito rapidamente", até à morte, e aparentemente mais grave do que a malária.

As autoridades desconheciam até agora a origem da doença e para o local, conforme a Lusa noticiou a 08 de maio, foram mobilizados médicos angolanos e cubanos, para investigar o caso, tendo avançado preventivamente uma operação de desinfestação e limpeza na área.

"Trata-se de casos de malária e nós temos cá os dados todos, porque foi feito um trabalho com equipa da saúde pública e vigilância epidemiológica", informou hoje a directora do gabinete provincial de Saúde de Luanda, Rosa Bessa, depois de uma reunião com as autoridades de saúde locais.

Febre amarela, dengue, malária ou chikungunya foram hipóteses que as autoridades de saúde angolanas – com o apoio de um especialista da delegação da Organização Mundial de Saúde em Luanda -, tentaram despistar, através da análise a amostras locais, nos últimos dias.

A responsável acrescentou que se vive uma "época favorável" à malária, tendo em conta que "choveu muito" em Luanda nas últimas semanas, o que fez subir o pico da infecção na capital

"Mas não é uma situação só desta localidade [comuna da Funda]", enfatizou a responsável de Saúde provincial.

De acordo com Rosa Bessa, só no primeiro trimestre de 2015 já se registaram mais de 188 mil casos de malária em Luanda, com 400 óbitos hospitalares.

A malária é a principal causa de morte em Angola, com as autoridades a apelarem à adopção de medidas preventivas por parte da população, como a utilização de redes mosquiteiras nas zonas de maior risco.

Lusa/SOL