Putin diz que EUA querem tirar Blatter da presidência da FIFA

O presidente russo, Vladimir Putin, criticou hoje as detenções de dirigentes e ex-dirigentes da FIFA, considerando que se trata de uma manobra dos Estados Unidos para tirar o suíço Joseph Blatter da presidência do organismo.

Putin diz que EUA querem tirar Blatter da presidência da FIFA

"É uma clara tentativa de bloquear a reeleição de Blatter como presidente da FIFA e uma muito séria transgressão dos princípios de como funcionam as organizações internacionais", disse o governante russo.

Putin acusou ainda os Estados Unidos de tentarem "impor a sua jurisdição em outros países".

"Se calhar algum deles violou alguma lei, não sei, mas os Estados Unidos não tem nada a ver com isso. Estes dirigentes não são cidadãos norte-americanos. E se algo aconteceu, não aconteceu em território dos Estados Unidos", concretizou.

Na opinião do presidente da Rússia, as eleições de sexta-feira devem manter-se e Blatter, que concorre a um quinto mandato, tem todas as possibilidades de ser reeleito.

"Também sabemos que lhe foram feitas pressões para proibir a realização do Mundial2018 na Rússia", acrescentou Vladimir Putin.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou na quarta-feira nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).

Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).

Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.

A FIFA suspendeu provisoriamente 11 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude. 

A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA, à qual concorrem o atual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.

Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.

Lusa/SOL