Cavaco diz que a sua reforma mal chega para pagar despesas

O Presidente da República, Cavaco Silva, disse hoje que aquilo que vai receber como reforma «quase de certeza que não vai chegar para pagar» as suas despesas, recordando que fez poupanças ao longo da sua vida.

no porto para o primeiro de dois dias dedicados ao norte de portugal, cavaco silva foi questionado pelos jornalistas sobre o facto de poder receber subsídio de férias e de natal pelo banco de portugal, tendo explicado que, «tudo somado» – o que vai receber do fundo de pensões do banco de portugal e da caixa geral de aposentações – «quase de certeza que não vai chegar para pagar” as despesas, recordando que não recebe «vencimento como presidente da república».

«tudo somado, o que irei receber do fundo de pensões do banco de portugal e da caixa geral de aposentações quase de certeza que não vai chegar para pagar as minhas despesas porque como sabe eu também não recebo vencimento como presidente da república», disse.

«mas não faço questão quanto a isso porque com certeza existem outros portugueses na mesma situação. felizmente, durante os meus 48 anos de casado, eu e a minha mulher fomos sempre muito poupados e fazíamos questão de todos, todos os meses colocar alguma coisa de lado e portanto agora posso gastar uma parte das minhas poupanças e é por isso que eu não faço questão quanto a isso», enfatizou.

relativamente aquilo que irá receber da caixa geral de aposentações, o chefe de estado disse ter descontado «quase 40 anos» como professor universitário e também alguns anos como investigador da fundação calouste de gulbenkian.

«irei receber 1300 euros por mês. não sei se ouviu bem: 1300 euros por mês», declarou, sobre a caixa geral de aposentações.

quanto ao fundo de pensões do banco de portugal, para o qual descontou durante quase 30 anos, cavaco silva disse que ainda não sabe quanto é que vai receber.

«mas os senhores não terão dificuldade. eu fui um funcionário de nível 18, que exerceu funções de direcção», observou.

sexta-feira, o banco de portugal anunciou, em comunicado, que os seus membros do conselho de administração abdicaram de receber os subsídios de férias e de natal, adiantando o mesmo documento que o processamento dos subsídios aos reformados «está em suspenso», aguardando-se ainda pareceres oportunamente solicitados.

na nota, destinada a dar «esclarecimentos adicionais» sobre o comunicado de dia 10 acerca das decisões da administração do banco central sobre «política remunerativa dos seus colaboradores», referem-se as condições em que os trabalhadores no activo receberão os subsídios de férias e de natal.

lusa/sol