De acordo com o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, que se deslocou ao local do ataque – uma fábrica de gás industrial -, o atacante, detido após o atentado, era oriundo da região e não tinha registo criminal.
Cazeneuve identificou o atacante como Yassin Salhi, de 35 anos, residente em Lyon, segunda maior cidade francesa.
"Este homem tinha ligações com o movimento salafista, mas não foi identificado como tendo participado em actividades de natureza terrorista", acrescentou o ministro.
O salafismo é uma corrente extremista do ramo maioritário do Islão, o sunismo.
Sobre a vítima mortal do ataque, Cazeneuve afirmou que o homem foi "assassinado e abjectamente decapitado".
De acordo com uma fonte próxima do inquérito, citada pela agência noticiosa francesa AFP, a vítima era um empresário da zona.
"O terrorismo islamita atingiu mais uma vez a França", reagiu o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, durante uma visita a Bogotá. Valls decidiu interromper a viagem à América Latina e regressar a Paris.
Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas no ataque em Saint-Quentin-Fallavier, a cerca de 40 quilómetros de Lyon. Uma cabeça decapitada foi encontrada presa aos portões da fábrica de gás.
Cazeneuve informou que um bombeiro local "dominou e neutralizou" Shalhi.
"Quero agradecer ao bombeiro e camaradas chamados ao local pela prontidão e eficácia", declarou o governante.
A polícia deteve um número indeterminado de pessoas em relação com o caso, para averiguar se Salhi atou, ou não, sozinho, disse o ministro.
A mulher do presumível atacante disse à rádio francesa Europe 1 que o marido é motorista de uma empresa de entregas. O casal tem três filhos.
"Não sei o que aconteceu, foi detido? Esta manhã saiu para trabalhar às 07:00 (06:00 em Lisboa). Trabalha como distribuidor. Não voltou a casa entre as 12:00 e as 14:00 e estava à espera dele à tarde", disse.
"Dizem que é um atentado, mas não é possível. Conheço o meu marido, temos uma vida familiar normal. Vai trabalhar e volta a casa (…) não tinha qualquer interesse em cometer atentados”, afirmou.
A mulher garantiu serem "muçulmanos normais" que observam o jejum do ramadão, acrescentando não ter recebido qualquer contacto das autoridades.
Lusa/SOL