A recomendação de Angela Merkel a Tsipras

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje ter recomendado ao seu homólogo grego, Alexis Tsipras, que aceite a proposta “generosa” que lhe fizeram os credores internacionais para se encerrar o assunto no Eurogrupo de sábado.

A recomendação de Angela Merkel a Tsipras

"Recomendei [a Tsipras] que aceite a proposta generosa das instituições", disse a líder alemã.

Merkel, que falava em conferência de impressa no final do Conselho Europeu, disse ter feito essa recomendação ao primeiro-ministro grego no encontro que mantiveram na quinta-feira à tarde, à margem da cimeira, e em que participou também o chefe de Estado francês, François Hollande.

"O Eurogrupo de sábado tem um carácter decisivo, por isso lhe pedi – também porque considero ser uma boa solução para a Grécia – que aceite esta oferta", reiterou, acrescentando que os países da zona euro querem que haja uma solução.

Angela Merkel considerou também que a solução tem que ter por base "o princípio da solidariedade, por um lado, e os esforços próprios por outro lado".

Tsipras, por seu lado, queixou-se já de estar a ser alvo de "ultimatos e chantagem" por parte dos seus parceiros europeus.

A próxima reunião do Eurogrupo foi antecipada para as 14:00 (13:00 de Lisboa) de sábado, segundo fonte oficial.

Este novo encontro dos ministros das Finanças da zona euro – o quarto na mesma semana e o quinto em dez dias – tem como objectivo chegar a um acordo com a Grécia quanto às medidas a adoptar pelo país e acontece a três dias do final do prazo para Atenas pagar cerca de 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo fontes diplomáticas, se houver acordo e se o parlamento grego passar as medidas domingo ou segunda-feira, serão desbloqueados imediatamente para a Grécia 1.800 milhões de euros de lucros que o Banco Central Europeu (BCE) fez com a dívida pública helénica, a tempo de Atenas pagar o dinheiro devido ao FMI, cujo prazo termina a 30 de Junho, na terça-feira.

A proposta dos credores passa ainda por mais financiamento até Novembro, mês até ao qual deverá ser estendido o actual programa de resgate.

No total, poderão ir para os cofres helénicos 15,5 mil milhões de euros nos próximos cinco meses, para fazer face às obrigações financeiras para com o FMI e o BCE, mas sendo a libertação desse dinheiro – que irá ser feita por tranches – sempre condicionada à execução das medidas eventualmente acordadas.

Lusa/SOL